No concelho de Montemor-o-Novo, encontra-se a aldeia de Safira, que apesar de ter nome de pedra preciosa, dela restam apenas destroços e os vestígios de um local que foi em tempos cheio de vida e próspero.
Safira é um pedaço de terra esquecido e perdido no meio do Alentejo, estando desabitada desde 1930 e votada ao abandono total desde 1965.
De acordo com a Vortexmagazine, o abandono deveu-se à necessidade de procurar melhores condições de vida e de futuro, já que a aldeia era bastante isolada.
As ruínas de Safira ainda podem ser visitadas,
Safira é uma das muitas aldeias, espalhadas pelo nosso país, que o progresso votou ao abandono.
Já em 1768, por exemplo, o padre Thomás de Vasconcelos Camello, na altura pároco da Igreja de Nossa Senhora de Safira, referia que na freguesia existiam “57 propriedades, e nelas se incluem 120 fogos onde residem 578 pessoas. No alto de uma charneca estão edificadas a igreja e as casas do padre e do sacristão”.
Há ainda indícios da existência de uma fábrica de cal, de uma mina de arsénio na Herdade Gouveia de Baixo, e de uma mina de cobre e ferro na Herdade da Caeira.
Safira foi local de título de nobreza, para Augusto Dâmaso Miguens da Silva Ramalho da Costa, que era um grande proprietário em Montemor-o-Novo, tendo sido Presidente da Câmara local.
Por decreto do rei D. Luís, foi elevado a Visconde, a 30 de abril de 1886, e mais tarde recebeu o título de conde de Safira. O nobre acabou por falecer a 3 de fevereiro de 1945, sendo que o título se extinguiu com ele.
A igreja de Safira é também rica em história, embora se encontre, abandonada.
Hoje, restam a fachada e paredes de um edifício que foi mandado construir no bispado do Infante Cardeal D. Afonso, no séc. XVI, filho de D. Manuel I e que foi bispo de Évora e de Lisboa.
Apesar de tudo, as ruínas de Safira merecem uma visita atenta, de modo a que possa absorver os vestígios do passado que nesta aldeia se encontram.
Fonte: Vortexmagazine