Os portos portugueses vão parar durante cinco dias. Os trabalhadores das administrações portuárias, de todo o país convocaram uma greve de 2 a 6 de junho, coincidindo com a paralisação dos estivadores de Lisboa. As exportações, que caíram 1,6% nos primeiros três meses deste ano, menos 282 milhões de euros, irão complicar-se ainda mais.
A Rádio Campanário falou com o Ministro da Agricultura, Luís Capoulas Santos, questionando-o sobre o impacto da greve nos setores do mármore e dos vinhos alentejanos.
O governante salientou que “é uma situação que preocupa o Governo e a mim em particular porque o abastecimento do país, e em particular no que diz respeito a géneros alimentares, quer também para a alimentação humana, quer para a alimentação animal, depende em muito dos portos e da via marítima”.
De qualquer forma espera-se que ainda seja possível evitar a paralisação. No entanto o Ministro da Agricultura diz que “o Governo está atento a estes problemas e em os minimizar sem violar o direito constitucional à greve, que está consagrado”, pelo que “declarou um conjunto de serviços mínimos que, no que diz respeito à componente agrícola, salvaguarde no essencial as nossas preocupações, ainda que naturalmente, não seja uma situação desejável”.
Acrescenta que em alguns casos, “isso obriga a que os operadores tenham de utilizar outros portos, muitas vezes com maior custo de transporte terrestre, e nalguns casos até utilizando portos espanhóis e utilizando a rodovia e a ferrovia, o que aumenta os custos, quer de quem importa, quer de quem exporta e isso não é bom para o país, mas de qualquer modo há um direito constitucional, que é o direito à greve que temos que respeitar, aplicando todas as regras que permitam que a economia sofra o menos possível com essa greve, mas eu gostava muito que que, se fosse possível, chegar a um entendimento com os estivadores e entrar na normalidade”.
Recorde-se que da última vez que estivadores e trabalhadores das administrações portuárias fizeram greve ao mesmo tempo, em setembro e outubro de 2012, os portos paralisaram por completo.