A degradação das extensões de saúde no concelho de Odemira (Beja) está a preocupar as Comissões de Utentes do Litoral Alentejano, que alertaram para as dificuldades no acesso aos cuidados de saúde neste território.
“Há cerca de cinco mil utentes em todo o concelho de Odemira que não têm médico de família e com bastante dificuldade no acesso aos cuidados de saúde”, disse à agência Lusa o porta-voz da Coordenadora das Comissões de Utentes do Litoral Alentejano, Dinis Silva.
De acordo com o dirigente, “a maior preocupação dos utentes é a degradação das extensões de saúde”, nomeadamente nas freguesias de São Luís, Saboia e Vila Nova de Milfontes.
“Esta situação não é boa, tanto para os utentes como para os profissionais de saúde”, frisou o representante, alertando para as condições da extensão de saúde de Vila Nova de Milfontes, que “está bastante degradada”.
Apesar das “promessas de há vários anos” para a construção de um novo edifício, “não existe nada de concreto e tudo não passa de vagas promessas”, disse o dirigente, criticando a atuação do Ministério da Saúde e da Unidade de Saúde Local do Litoral Alentejano (ULSLA).
“Há pessoas a deslocarem-se de madrugada para esta extensão para conseguirem uma consulta com o seu médico de família”, denunciou o representante dos utentes do litoral alentejano, que realizam no sábado, às 15:00, uma tribuna pública em Vila Nova de Milfontes, para reivindicar “um forte investimento” na prestação de cuidados de saúde na região.
No encontro, que vai decorrer na Capela do Colégio Nossa Senhora da Graça, os representantes vão também alertar para “o incumprimento” nos tempos máximos de resposta garantidos no Hospital do Litoral Alentejano (HLA), em Santiago do Cacém, no distrito de Setúbal.
Nesta unidade, que serve os cinco concelhos do litoral alentejano, Alcácer do Sal, Grândola, Santiago do Cacém e Sines (Setúbal) e Odemira (Beja), “só existe um médico cardiologista e um médico urologista para cem mil utentes”, observou.
“Também a urgência do HLA é assegurada por médicos tarefeiros, o que não dá segurança ao funcionamento do serviço, e a própria urgência pediátrica é assegurada por médicos de clínica geral em substituição de médicos pediatras”, apontou.
Além de “um reforço dos recursos humanos, médicos, enfermeiros, assistentes técnicos, administrativos e operacionais, e de técnicos de diagnóstico de terapêutica”, as comissões de utentes exigem que “as análises clínicas sejam revertidas para a Unidade Local de Saúde do Litoral Alentejano”.
C/Lusa