Beja manteve o único deputado comunista no Alentejo, João Dias. O DN precisou de ir a Baleizão para encontrar um comunista em cada esquina.
João Dias é enfermeiro e a muitos ganha simpatia, mas é a tradição política, e que vem dos tempos da resistência antifascista, que lhe dão a maior força, diz quem nele votou. Os outros criticam que o partido não se renovou e, por isso, tem perdido deputados, com o PS a liderar e a voltar a conquistar dois nestas legislativas. A CDU consegue manter um, número que vem desde 1995. Em 1976 eram quatro. E foi preciso o DN ir a Baleizão, terra de Catarina Eufémia, para encontrar um militante da CDU em cada esquina.
“Votei sempre no PCP e votarei até morrer. É o partido que mais tem defendido a classe desfavorecida. Embora não ganhe, vai sempre na mesma linha, um partido não deve fugir da linha”, defende Francisco Manuel Gralho, 70 anos, toda a vida agricultor, mesmo quando esteve emigrado na Suíça.
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Os compadres desconfiavam que o PS iria ganhar, mas “não com uma diferença tão grande”. Acreditam que não foi o chumbo do OE pelo PCP que o fez cair na votação. “Antigamente era tudo unido, agora não. Esta mocidade toda nunca passou fome, têm tudo”, explica José Candeias. E os mais velhos estão a morrer. “A aldeia já teve cinco mil habitantes, agora vivem cá uns 500”, acrescenta. Eram 902 nos Censos 2011. Nestas eleições legislativas, estavam inscritos 739 eleitores, votaram 54,55 %.
Baleizão é uma das cinco autarquias da CDU do distrito – 60,20 % dos votos conquistados há quatro meses. A votação foi muito diferente nestas legislativas, ainda, assim, é a freguesia com o melhor resultado da coligação e a única onde ganhou no concelho: 38,77 % dos votos (164). No distrito, ganhou o PS com 43,73%, seguido da CDU, 18,42 %.
Veja a notícia na integra do Diário de Notícias: https://www.dn.pt/politica/antigamente-era-tudo-unido-pela-cdu-agora-nao-esta-mocidade-nunca-passou-fome-14547098.html