De 19 de fevereiro a 27 de março de 2022 vai estar patente, no Teatro Bernardim Ribeiro, a exposição biográfica de Tomaz Alcaide.
Esta exposição é uma compilação de documentos e memórias que traduzem a importância do tenor estremocense, que foi aplaudido de pé nos melhores teatros do mundo.
Segundo um facto narrado pelo Diretor da Orquestra da Ópera de Paris ao senhor Professor Artur Trindade e que vem descrito no Jornal “Brados do Alentejo”, de 19 de maio de 1940, “O público, que não o conhecia ainda, desgostou-se. Alcaide entrou em cena, com o teatro a abarrotar de gente.
Houve sussurros, arrastar de pés e outras precipitadas manifestações de descontentamento. Mas o nosso compatriota, impõe-se, cria, com a sua presença e a sua arte divina, um ascendente imperativo sôbre o público de Paris; e com tal galhardia se houve que, no fim do 2º acto, aquêle mesmo público descontente, se ergueu num delírio que eu nunca saberia descrever, e que foi uma das maiores apoteoses com que terá sido festejado um artista lírico.”.
Em 2011 o Município de Estremoz entregou-lhe o título de Cidadão Honorário e a Medalha de Ouro da Cidade, no dia em que depositou as suas cinzas no monumento erguido em sua homenagem, junto à casa onde nasceu, a 16 de fevereiro de 1901, data que, 121 anos depois, é motivo para mais uma exposição e mais uma cerimónia de deposição de cinzas, desta vez, da sua esposa Asta-Rose Alcaide.
Visite a exposição do homem que correu o mundo, mas que nunca abdicou da terra que o viu nascer, palavras do próprio publicadas numa nota num livro autobiográfico que publicou em 1961 chamado “Tomaz Alcaide – um cantor no palco e na vida”: “… Deus fez-me nascer em Portugal e por nada deste mundo renegaria a minha pátria.”.