A Romaria a Cavalo entre a vila de Moita e o Santuário de Nossa Senhora de Aires, em Viana do Alentejo, é retomada em abril, após dois anos de interrupção devido à pandemia de covid-19.
A 20.ª edição da romaria, que chegou a estar prevista para abril de 2020, vai realizar-se entre os dias 20 e 24 de abril, retomando uma “tradição centenária”, e está a registar “uma afluência muito grande”, disse hoje à agência Lusa o presidente da Câmara Municipal de Viana do Alentejo (CMVA), Luís Miguel Duarte.
“Tinha a impressão de que as pessoas teriam um pouco de medo ainda, por causa da pandemia, mas essa minha opinião está a ser ‘contrariada’, porque está a haver uma afluência muito grande”, admitiu o autarca.
Segundo Luís Miguel Duarte, “a necessidade e a vontade que as pessoas têm de sair à rua” poderá, portanto, originar “uma participação ainda maior” num evento que, no passado, “já atingiu os 500 participantes” numa só edição.
“Penso que este ano não iremos ficar muito atrás”, estimou o presidente da CMVA.
A tradicional Romaria a Cavalo é “essencialmente uma festa religiosa”, na qual é transportada a imagem de Nossa Senhora da Boa Viagem, padroeira da Moita, no distrito de Setúbal, até ao Santuário de Nossa Senhora de Aires, em Viana no Alentejo, distrito de Évora.
“Vem retomar uma tradição de há muitos anos”, quando “os agricultores traziam o seu gado ao Santuário de Nossa Senhora de Aires para o benzer”, além de pedir proteção e boas colheitas, explicou o autarca alentejano.
Este ano, os participantes partem da Moita, a 20 de abril, e chegam a Viana do Alentejo no dia 23, terminando a iniciativa no dia seguinte, com cerimónias junto do santuário.
Nesta viagem, os participantes, a cavalo ou de charrete ou carroça, percorrem os cerca de 150 quilómetros da antiga canada real, mais conhecida por Estrada dos Espanhóis.
“O percurso da romaria sai da Moita, vai ao Poceirão, Casebres, Alcáçovas, São Brás do Regedouro, Viana do Alentejo e finaliza no Santuário de Nossa Senhora de Aires”, elencou o autarca.
Neste momento, “além da vertente religiosa”, a romaria “pauta-se também pela camaradagem entre os romeiros e entre as populações” das localidades que atravessa, revestindo-se de uma importante vertente económica para essas mesmas povoações.
“Os restaurantes mexem, as pensões mexem, o comércio mexe no geral. É uma vertente muito importante”, admitiu Luís Miguel Duarte.
A romaria a cavalo realizava-se todos os anos, desde 2001, após um interregno de mais de 70 anos e até ser interrompida em 2020, devido à pandemia de covid-19.
Conta, habitualmente, com centenas de participantes oriundos de diversos pontos do país e até do estrangeiro.
C/Lusa