“Quem quer quentes e boas quentinhas? A estalarem cinzentas na brasa…”
Este é o mote para Liliana santos, de 43 anos de idade e para o marido, Hélder Santos, de 44 anos.
Liliana Santos, natural de Lisboa, mudou-se para o Alentejo mais propriamente para Évora e é aqui que atualmente vivem. Proprietários da empresa Castanhas HL Santos, vendem a boa da castanha assada no coração do Alentejo.
Gosta de contactar com as pessoas, de interagir com os turistas que passeiam pela cidade, sejam eles portugueses ou estrangeiros. A Rádio Campanário falou com Liliana Santos sobre o seu negócio, o que corre bem, o que corre menos bem e como é desenvolver o seu negócio na cidade de Évora.
Seguramente conhecida por muitos, aqueles que sendo apreciadores desta iguaria, não resistem ao cheiro que se sente no ar quando se passa junto ao local onde o carrinho das castanhas assadas se encontra.
Fomos encontrá-la num dos sítios mais emblemáticos da cidade de Évora, a praça do Giraldo.
Começa por contar-nos que “vendo castanhas há cerca de 6 a 7 anos, mas o meu marido já vende há 28 anos e é mais conhecido do que eu aqui na cidade.”
Liliana Santos adianta-nos ainda que nem sempre está no local onde a encontrámos porque “os locais são atribuídos por sorteio” mas, na sua opinião, “é na Praça do Giraldo que há mais oportunidade de negócio” sendo para ela o “melhor sítio.”
Perguntámos a Liliana Santos como tem estado a correr o negócio uma vez que o tempo não tem estado muito frio, afastando um pouco os clientes da tradicional castanha assada, adiantando-nos “o clima não tem ajudado, a pandemia também não e agora com a situação da guerra na Ucrânia a vida não está fácil.”
Relativamente ao tempo da pandemia, diz-nos que foi um período difícil “tivemos que parar em março de 2020, em janeiro do ano passado, fazíamos festas de verão e tudo isso acabou”. Questionada sobre como ultrapassou estes momentos mais difíceis contou-nos “tive que trabalhar durante o verão noutro tipo de negócio.”
Enquanto conversa com a RC vão chegando clientes cujos olhos brilham só de olhar para as grandes e bonitas castanhas assadas que ali esperam para ser degustadas. Sobre o segredo para as suas castanhas serem as melhores diz-nos “o segredo não conto pois é a alma do negócio”. Ainda assim acrescenta “nós trabalhamos sempre com material de primeira, tentando sempre satisfazer o nosso cliente, que ele venha uma primeira vez e regresse.”
Liliana Santos refere ainda que, num dia bom para o negócio “é capaz de vender entre 50 a 100 dúzias de castanha assada mas ultimamente tem estado muito parado o negócio.”
Liliana Santos explica-nos que “adquiro as castanhas num produtor de Bragança mas com o aumento do preço da castanha e com o aumento dos combustíveis foi obrigada a aumentar o preço da dúzia para 3,00 euros para ter algum lucro.”
Nas últimas semanas, conforme nos conta “já há mais pessoas a circular na cidade, mais turistas a passearem e apesar de ainda não estar bom, o negócio está um pouco melhor.”
Mesmo com as dificuldades dos últimos meses, Liliana Santos nunca pensou em desistir porque, como refere “desistir é para os fracos” reafirmando a certeza de que “estar neste negócio é muito bem e a melhor parte dele é o contacto com o público.”