Cerca de nove mil livros vão estar disponíveis para venda a preços simbólicos, a partir de sábado, numa livraria solidária criada num antigo posto da GNR em Avis (Portalegre), divulgaram hoje os promotores do projeto.
A livraria solidária, desenvolvida pela associação Boutique da Cultura, vai ser inaugurada este sábado, às 16:30, e visa dar ‘nova vida’ a livros “abandonados ou deitados fora”.
O objetivo da iniciativa, que contou com um investimento na ordem dos 150 mil euros, passa por gerar receita para, a seguir, aplicar em projetos culturais, de acordo com a associação promotora.
“Estamos com uma grande expectativa. Está tudo a andar, os livros estão nas estantes e já temos grupos de teatro e artistas interessados em fazer residências [artísticas] em Avis”, disse hoje o presidente da Boutique da Cultura, Paulo Quaresma, em declarações à agência Lusa.
Para o responsável, trata-se de “um excelente sinal e revela a necessidade de que exista este tipo de espaços”.
Além dos livros, a livraria solidária vai também acolher uma residência artística e uma componente de alojamento local, serviço este que já está a começar a registar também “vários pedidos”, segundo Paulo Quaresma.
Este projeto em Avis surge no seguimento da livraria solidária que a associação já possui em Carnide, Lisboa, há quatro anos.
Através das verbas provenientes da atividade desenvolvida em Carnide, surgiu o projeto no antigo posto da GNR de Avis.
De acordo com o responsável, a partir de sábado, os livros disponíveis em Lisboa e Avis vão estar também à venda ‘online’, através de um catálogo.
Paulo Quaresma revelou ainda que, no dia da inauguração da livraria solidária de Avis, vai estar disponível “um pequeno quiosque”, no qual os visitantes poderão adquirir produtos tradicionais daquela região alentejana.
O projeto inclui ainda o lançamento de um jornal, sem periodicidade, no dia da inauguração da livraria.
A ‘filosofia’ da livraria solidária vai passar, por exemplo, por receber livros que foram “abandonados ou deitados fora” e que são, depois, tratados e colocados à venda a “um preço muito simbólico, de um a cinco euros”.
Apesar de o preço ser reduzido, a Boutique da Cultura consegue gerar receita, a qual pretende, depois, aplicar em projetos de natureza cultural, como este em Avis.