Realizou-se no passado dia 4 de abril, no auditório da Câmara Municipal de Alandroal, a primeira reunião de análise sobre o estudo de viabilidade técnica e ambiental no âmbito do Projeto do Terminal Ferroviário de Mercadorias no Alandroal.
Esta reunião contou com a presença de representantes das Infraestruturas de Portugal e dos representantes dos municípios da Zona dos Mármores e Alqueva que estabeleceram uma parceria com a IP, nomeadamente os Municípios de Alandroal, Borba, Estremoz, Redondo, Reguengos de Monsaraz, Sousel e Vila Viçosa.
Em causa está a construção de um terminal de carga e descarga de mercadorias na zona da estação técnica nº2(Alandroal/Vila Viçosa da nova linha de ferrovia do Corredor Internacional Sul.
Os resultados preliminares do estudo de viabilidade técnica e económica para a construção deste terminal foram agora apresentados determinando que existe viabilidade para a sua construção.
A rádio campanário falou com João Grilo, Presidente da Câmara Municipal de Alandroal sobre esta reunião, os resultados apresentados e quais os passos seguintes para que esta construção seja uma realidade.
O Autarca de Alandroal começou por nos referir “esta reunião foi o momento de apresentação de um estudo que tem vindo a ser desenvolvido em conjunto com os sete municípios que estabeleceram esta parceria e o objetivo deste estudo era tentar demonstrar que a eventual construção de um terminal de carga e descarga na região, para além das implicações para o desenvolvimento local, teria mesmo a possibilidade de ter viabilidade económica e técnica, para depois podermos argumentar para o financiamento necessário para a infraestrutura e a sua operacionalização.”
O Presidente da Câmara Municipal de Alandroal acrescentou ainda “o estudo realizado demonstra que, com as dinâmicas já existentes na região, é possível tornar viável uma infraestrutura de carga e descarga.”
Para ser possível esta infraestrutura, é necessário, conforme refere João Grilo “realizar o investimento da infraestrutura propriamente dita e é necessário que exista um operador logístico interessado na exploração dessa infraestrutura.”
Apesar de serem duas componentes diferentes ambas estão interligadas. Segundo o Autarca “o primeiro argumento que nós temos agora em defesa do projeto é que a viabilidade técnica e económica existe”.
Depois de aferida esta viabilidade, o Presidente da CM de Alandroal esclarece que “o passo seguinte será os Municípios em conjunto com a IP tentarmos encontrar financiamento para os 11 milhões de euros necessários por forma a tornar atrativa a exploração por parte de um operador.”
O autarca adianta ainda que “iremos abordar o governo, procurar fundos comunitários, sejam de nível nacional ou regional, a própria IP está empenhada no processo e disponível para colaborar na solução que for encontrada.”
“Acho que é uma boa notícia para a região no sentido em que o primeiro grande obstáculo que era necessário ultrapassar para a construção deste terminal, está ultrapassado” referiu o Presidente da CM de Alandroal.
Questionado sobre o financiamento de 11 milhões necessários para a construção deste terminal, quais serão os próximos passos a serem dados, João Grilo referiu “nós entendemos que ainda há alguns projetos em desenvolvimento na região que podem acrescentar dinâmicas a este processo” sublinhando igualmente “terminada esta fase, que será curta, iremos ter com o Governo e com a CCDR Alentejo que terão que ser parceiros fundamentais neste processo para que encontremos o financiamento, de preferência comunitário, considerando até o novo quando comunitário, o 20-30.”
“Atendendo à importância da construção deste terminal para a região, ao envolvimento de sete municípios neste processo, não estamos a falar de valores que sejam também de ordens de grandeza difíceis de conseguir e de assegurar” destacou ainda João Grilo. Segundo João Grilo, com este estudo “acabámos de provar que a região pode crescer muito e ganhar dinâmicas novas se tiver esta infraestrutura aqui a dar resposta dando ainda um forte contributo para a transição ambiental reduzindo os impatos do transporte rodoviário convencional.”
Por último, e considerando que a viabilidade está assegurada pelas principais indústrias da região, especialmente pela indústria dos mármores, mas com possibilidade de se estender a outros produtos, João Grilo refere a propósito “é importante esclarecer que, só a indústria dos mármores, na lógica de aproveitar esta infraestrutura, já garante viabilidade ao projeto.”
Ainda assim acrescenta “que surgem outros produtos como os vinhos, o azeite, a agricultura, podem também, em complementaridade contribuir positivamente para o projeto em si.”
O Presidente da CM de Alandroal conclui referindo que “apesar de ir ser criado um terminal em Elvas ou Badajoz e de existir Sines, há aqui todo um espaço que precisa de resposta.”
