Está patente no Centro de Arte e Cultura da Fundação Eugénio de Almeida, em Évora, a exposição Tisanas. Infusões para tempos próximos, com curadoria de Maria do Mar Fazenda.
Com obras de: Ana Hatherly, Catarina Botelho, Dayana Lucas, Diogo Bolota, Eugénia Mussa, Flávia Vieira, Francisco Pinheiro, Gonçalo Barreiros, Inês Botelho, Isabel Simões, Luísa Jacinto, Nuno Henrique, Sara Bichão, Sara Chang Yan, Virgínia Mota.
A exposição reúne um conjunto de obras de artistas que se perfilam enquanto reações ao nosso presente, com um desejo de futuro no horizonte. A proposta da curadora, Maria do Mar Fazenda, procura responder ao repto de apresentar uma exposição com a panorâmica sobre as práticas artísticas que, através da pesquisa em torno do ‘hoje’, interrogam e projetam futuros. Uma exposição coletiva que pode ser entendida como um mapa emocional de um dado tempo e de um lugar; uma comunidade imaginária que cresce na sua abertura aos que a visitam e a integram nas suas próprias vivências.
Nas palavras de Maria do Mar Fazenda, «A leitura dos poemas em prosa, ou as anti-fábulas, que Ana Hatherly intitulou de Tisanas funcionou como uma caixa de ferramentas para a curadoria desta exposição. O conteúdo destas breves narrativas contribuiu para a aproximação ao ato criativo, à imaginação e subversão da realidade levada a cabo por cada artista. A sua forma fragmentária, mas ligada, organizou a seleção de obras assim como a sua distribuição no espaço expositivo: a fluidez com que trabalham a possibilidade de um devir é o fio condutor que liga os quinze artistas com práticas muito diversas entre si.» E acrescenta: «Nas suas obras recorrem ao gesto e à sua inscrição; aos signos e aos seus significados cambiantes; ao percurso e ao texto; ao jogo e ao desejo; ao paradoxo e ao humor; ao cheio e ao vazio; à sombra e ao recorte; à memória e ao esquecimento; às diversas materialidades do traço, da escrita e da invenção. É a convocação de diversas dimensões no texto — e no espaço aberto pelo ato de leitura — que se procura agora pôr em paralelo às obras expostas que, como as Tisanas, também elas questionam, hesitam, partilham, desarmam, oferecem um enigma a quem com elas se confronta. A exposição constrói uma comunidade temporária e aberta a quem queira se deixar marcar pela sua participação. Ao longo do percurso expositivo apresentam-se territórios outros e exploram-se as suas margens, difundem-se fronteiras e assinalam-se desvios, descrevem-se paisagens e indicam-se os seus avessos, são partilhadas vivências e suspensos ciclos naturais, ensaiadas práticas da dúvida e dissolvidas economias. Os modos de fazer diferem, mas todos têm o fim comum de extrair os princípios ativos de um acontecimento.»
Assinale-se que algumas das obras são inéditas, tendo sido concebidas especificamente para a exposição e para o espaço do Centro de Arte e Cultura da Fundação Eugénio de Almeida.
No dia 18 de junho, às 16h00, no Centro de Arte e Cultura, Maria do Mar Fazenda fará a apresentação do catálogo da exposição. A sessão, com entrada livre, integra o programa A palavra aos autores – ciclo de encontros com os livros e os seus autores.
A exposição poderá ser visitada de 3ª feira a domingo entre as 10h e as 13h e as 14h e as 18h, com entrada livre, a partir do dia 9 de abril até ao mês de setembro. Para mais informações, consultar o site do Centro de Arte e Cultura.
Fonte/Fotos: Fundação Eugénio de Almeida