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Sexta-feira, Novembro 22, 2024

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O único AMOLA TESOURAS de Borba: “Fiquei sem andar, mas estou vivo! Faço o que gosto e é aqui que sou FELIZ! “diz António Joaquim(c/som e fotos)

António Joaquim tem 63 anos e é natural de Borba.

Consigo transporta uma vida intensa, recheada de memórias e muitas paixões que o deixam de olhos a brilhar. Há 38 anos um acidente de trabalho retirou-lhe a mobilidade. Não contava com este revés e não foi fácil aceitá-lo, mas a sua resiliência e forma positiva de olhar para o dia seguinte, fizeram-no dar a volta por cima e hoje, seguramente olha para esse tempo, apenas como mais uma aprendizagem que conquistou na escola da vida.

Já teve um quiosque, uma papelaria e é conhecido na cidade vizinha como o homem dos sete ofícios. É vendedor ambulante há 21 anos e os seus dias são passados na praça central de Borba.

É neste local que entre dois dedos de conversa com os que ali passam, vai fazendo o seu negócio.

Numa pequena motorizada encontrámos de tudo: ervas aromáticas e plantas medicinais, relógios, pilhas, equipamento para afiar facas e tesouras, entre outras coisas, António Joaquim conta-nos “tenho aqui vários chás à venda, cada um com os seus benefícios e características” acrescentando “as pessoas pedem-me opinião e eu aconselho o que acho ser melhor”.

Tem à venda cerca de 60 qualidades de chás e apesar de reconhecer que “as ervas é que fazem bem, eu próprio também já fiz bem a algumas pessoas quando recomendo determinado chá e resulta.”

Considera ter um dom desde sempre “sentir-se bem a ajudar os outros” sublinhando que isso o deixa “muito feliz.”

Para além de vender ervas, afia tesouras e facas, ofício designado por Amola Tesouras.

Diz-nos com orgulho “sou o único aqui em Borba”. Diz que a freguesia não aperta, mas “é um pinga-pinga.”

Ainda assim, diz-nos que recusa deixar de estar ativo “mesmo que um acidente me tenha retirado o andar sempre tive iniciativa de me manter ativo e acredite tenho uma vida muito ocupada.”

Recupera quadros, vende ervas, arranja relógios, afia facas e tesouras, canta nas horas vagas., tem o tempo sempre ocupado e admite que para ele “é uma grande terapia.”

António Joaquim confessa “todos os trabalhos que faço e o convívio com os meus amigos são a terapia para o meu sofrimento, este é o meu lugar feliz e enquanto eu puder não páro e aqui estarei.”

 

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