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Sexta-feira, Novembro 22, 2024

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Morreu Paula Rego, uma das mais célebres pintoras portuguesas!

Paula Rego, uma das mais aclamadas e premiadas artistas portuguesas a nível internacional, morreu na manhã de hoje em Londres, aos 87 anos.

As histórias, reais ou imaginadas, acompanharam a vida da pintora Paula Rego, que morreu hoje, aos 87 anos, um fascínio que começou na infância, quando a tia lhas contava, e inspirou os seus quadros, reconhecidos a nível mundial.

Sempre que surgia em cerimónias públicas, a artista portuguesa, radicada no Reino Unido desde o início da década de 1970, reiterava a importância das histórias para as pessoas se compreenderem a si próprias e ao mundo.

“[Com as histórias] pode-se castigar quem não se gosta e elogiar quem se gosta. E depois inventa-se uma história para explicar tudo”, comentou, um dia, na inauguração de uma das suas exposições, no seu museu, em Cascais, ao que chamou exatamente Casa das Histórias.

A obra da pintora raras vezes deixa um espectador indiferente, apreciadores ou não da estética do seu trabalho, marcado pela realidade da condição feminina, pelas injustiças sociais e pela recusa da opressão em todas as suas formas.

O valor internacional da sua obra evidenciou-se sobretudo em 2015 com a venda, num leilão, em Londres, da obra “The Cadet and his Sister” (1988) (“O cadete e a sua irmã”, em tradução do inglês), por 1,6 milhões de euros, tornando-se um novo recorde da artista portuguesa.

A data da obra assinala um importante acontecimento na vida pessoal da pintora na década de 1980, pela morte do marido, o também artista Victor Willing (1928-1988), de esclerose múltipla.

Esse ano foi igualmente importante na carreira de Paula Rego, pois passou a ser representada pela galeria Marlborough Fine Art, em Londres, e distinguida com uma grande retrospetiva do seu trabalho pela Serpentine Gallery, na capital britânica.

Em 2021, conseguiu tornar real um dos seus maiores sonhos como artista: expor no museu Tate Britain, em Londres, uma casa de exposições que sempre viu como um baluarte masculino.

Ali apresentou uma exposição retrospetiva – com mais de 100 obras dos seus 60 anos de carreira – um feito simbólico que Paula Rego conquistou, já que sempre se tinha sentido discriminada por não poder ali levar a sua obra, sendo mulher e estrangeira.

Acabou por ser a maior a mais completa exposição de Paula Rego no Reino Unido, incluindo, além da pintura, esculturas, colagens e desenhos, desde os anos 1950, até aos mais recentes, incluindo a série “Mulher Cão”, dos anos 1990, e “Aborto”, uma das que mais impacto político e social tiveram em Portugal, produzida durante a campanha pela despenalização do procedimento no país.

O Presidente da República, Marcelo rebelo de Sousa, visitou a exposição, na altura, e considerou-a “única e irrepetível”.

Fonte: DN

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