Ativistas da Ação 1.5 entraram hoje na Refinaria para levar um plano pela Transição Justa aos trabalhadores da Refinaria. Neste momento, alguns dos participantes foram detidos pela polícia, mas o protesto mantém-se ativo, com mais de um centena de participantes em ação em diferentes entradas desta refinaria.
Um plano para a Transição Justa desta refinaria é não só necessário como urgente, e entregá-lo a quem deve liderar esta transição – quem trabalha na infraestrutura – é essencial. Esse é o cerne da ação de hoje, em que ativistas entraram na refinaria para entregar em mão um plano de transformação não só da infraestrutura, mas de toda a região de Sines, e em que entregaram a uma grande quantidade dos trabalhadores que saíam dos seus turnos este mesmo plano. Não preparar uma Transição agora é preparar o terreno para um encerramento à conveniência dos acionistas milionários da Galp, tal como aconteceu em Matosinhos.
Este protesto exige:
Transição Energética justa:
– Através de um plano de Transição Justa baseado num diálogo social que privilegie os trabalhadores e as comunidades afetadas.
Transição Rápida e guiada pela ciência:
– Encerramento planeado e gradual da Refinaria de Sines até 2025.
– Simultaneamente, em Sines, investimento imediato em energia renovável e produzida localmente, por uma entidade municipal gerida democraticamente, de forma que até 2025, 100% da energia consumida em Sines seja de fontes renováveis.
Transição dirigida por critérios claros de justiça social:
– Garantia imediata de emprego público, na zona de Sines, ou reforma sem perda de rendimentos, para todos os trabalhadores diretos ou indiretos da Refinaria da Galp em Sines.
– Formação profissional em Empregos para o Clima que comece agora e que abranja todos os trabalhadores.
– Criação de um serviço público e descentralizado no setor energético até ao ano 2025, com uma reconversão para 100% renovável até 2030, que forneça energia renovável de baixo custo.
Transição liderada pelos trabalhadores e pela comunidade:
– Criação de uma comissão de Transição Justa, integrada por trabalhadores e membros da comunidade que gira a discussão e supervisione o cumprimento do plano.
Transição que responsabilize financeiramente a Galp e os seus acionistas pelos custos da transformação:
– Financiando todo o programa de transição.
– Garantindo Formação profissional para todos os trabalhadores antes do encerramento da Refinaria.
– Garantindo 100% dos rendimentos dos trabalhadores durante a transição.
O protesto mantém-se na refinaria, ainda neste processo de contacto e alerta não só para a necessidade da Transição Justa como para a urgência da crise climática, que se manifesta de maneira cada vez mais evidente em Portugal e no mundo, através de fenómenos extremos, secas, incêndios florestais, cheias, tempestades tropicais e outros eventos que destroem o próprio tecido da sociedade e a empurram para a barbárie.
Foto: Observador.