O Primeiro-Ministro, António Costa, esteve presente hoje no Alqueva para inaugurar a Central Solar Flutuante de Alqueva, no Alentejo, numa cerimónia que contou também com a presença do Ministro do Ambiente e da Ação Climática.
No seu discurso, o Primeiro-Ministro revelou que o país “começou a trabalhar cedo naquilo que era a transformação do paradigma energético” e atirou farpas a “velhos do restelo” que, na sua opinião, se mostraram contra no passado à opção das energias renováveis. Não se referindo a ninguém em particular, Costa afirmou ainda que “Portugal só venceu” quando os ultrapassou, dando como exemplo os avanços feitos ao nível da descoberta de novos mares no passado e hoje ao nível das energias renováveis.
António Costa lembra que a falta de aposta de muitos países europeus numa política de energias renováveis os coloca numa situação de dependência energética perante a Rússia e defende que Portugal “fez no tempo certo a aposta certa”. “Nós conseguimos antecipar em dois anos a meta que nos tínhamos proposto para encerrar a produção de eletricidade por via do carvão”, referindo-se ao encerramento da última central a carvão em 2021.
Segundo o Primeiro-Ministro, a agenda de Portugal, ao nível da transição energética, centra-se na forma de “acelerar a trajetória que iniciámos, como é que podemos avançar mais no eólico, como é que podemos avançar mais no solar, como é que podemos rentabilizar mais o hídrico”, defendendo que todo o percurso feito e por fazer é “decisivo do ponto de vista macroeconómico para o país”.
Sobre “o brutal aumento do preço dos custos da energia”, nomeadamente nas fósseis como a gasolina e o gasóleo, Costa afirma que o Governo tem feito um esforço para que estes custos se reflitam menos nos bolsos dos contribuintes, referindo-se aos 1.682 milhões já disponibilizados para combater a inflação. Além desta medida, Costa afirmou que o Mecanismo Ibérico, criado por Portugal e Espanha, para fixar o preço do gás para a produção de eletricidade já permitiu, entre 15 de junho e 7 de julho, uma “redução média de 17% do custo de produção da eletricidade por via do gás”.
Para Costa, a nova Central Solar Flutuante de Alqueva, agora inaugurada, tem uma importância fundamental por ser implementada num “espaço que está disponível e que não tem outra utilização”, realçando ainda o facto desta estrutura “ajudar” a controlar a evaporação da água, contribuindo para assegurar a sua qualidade.
A Central Solar Flutuante de Alqueva é constituída por um total de 12 mil painéis fotovoltaicos e irá satisfazer as necessidades de 1500 famílias nos concelhos de Portel e de Moura, num investimento feito pelo Estado superior a 50 milhões de euros e em que a EDP suportou 6 milhões.
Na próxima segunda-feira, dia 18, o Primeiro-Ministro ruma ao Norte para inaugurar outro parque eólico: o Gigabateria do Tâmega.
