O responsável da consultora SkyExpert, Pedro Castro, considerou hoje que o atraso na decisão sobre o novo aeroporto de Lisboa deve ser visto como uma oportunidade para discutir a infraestrutura com base na agenda climática, no conhecimento e tecnologia atuais.
“Não podemos pensar que apenas porque foi pensado um modelo,10 anos atrás [Portela+1] ficámos amarrados a ele”, pelo que a não concretização daquela decisão criou uma “oportunidade de a discutir de novo” fazendo essa discussão “à luz daquilo que conheço hoje”, tendo em conta a tecnologia, as necessidades das companhias áreas, como elas veem o seu crescimento, ou aquilo que são os compromissos no âmbito da “agenda climática” considerou Pedro Castro.
O responsável pela empresa de consultoria especializada em transporte aéreo, aeroportos e turismo falava na mesa redonda dedicada ao tema “(Re)pensar a decisão do novo aeroporto de Lisboa”, que hoje decorreu em Lisboa e na qual se questionou se se pretende construir o aeroporto prometido em 1969 e em 2013 ou aquele que vai ser necessário em 2100.
Neste contexto considerou que “o atraso na decisão” não deve ser visto “como um fardo”, mas como uma oportunidade de a rever à luz dos novos conhecimentos e necessidades.
O debate, que Pedro Castro afirma ter decidido realizar na sequência do episódio da revogação do despacho sobre o novo aeroporto do Ministério tutelado por Pedro Nunes Santos, contou com a participação de Domingos Leitão, diretor executivo da Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA), que avançou com uma na justiça contra a solução Montijo, Alexandre Alves, diretor comercial (CCO) do Grupo SevenAir, Armando Gomes de Campos, engenheiro civil na reforma, e Duarte Costa, geógrafo e especialista em alterações climáticas.
Considerando que Lisboa “vive uma espécie de euforia” por causa do novo aeroporto, Domingos Leitão alertou para a importância de, perante as alterações climáticas, todos mudar-mos de atitude na forma de viajar recorrendo apenas ao avião quando a distância o justifica.
Já Duarte Costa referiu-se ao novo aeroporto de Lisboa como “um elefante branco questão das alterações climáticas”, defendendo uma melhor gestão do aeroporto da Portela e o recurso ao aeroporto de Beja para alguns dos voos de conexão, ou seja, para os passageiros que passam pela Portela em escala, não entrando no país nem sequer na cidade.