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Segunda-feira, Novembro 25, 2024

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Francisco Palma: Só adota medidas restritivas na agricultura “quem não conhece a realidade do país e da agricultura” (c/ som)

Foto: Rádio Campanário.

A propósito das medidas restritivas adotadas pelo Governo como forma de evitar incêndios rurais a Rádio Campanário falou com Francisco Palma, presidente da Associação de Agricultores do Baixo Alentejo (AABA), que as considera “desproporcionadas e despropositadas” e adotadas por “quem não conhece a realidade do país e da agricultura“.

A restrição que limita a colheita de culturas agrícolas com com a utilização de máquinas, nomeadamente ceifeiras debulhadoras, entre as 07h00 e as 11h00 e entre as 18h00 e as 23h00, e que deriva da situação de alerta em que o país se encontra não tem, na visão do agricultor e presidente da AABA, “sentido nenhum“.

No que toca à região, Francisco Palma, realça que num ano de seca como o que vivemos as pastagens não cresceram, facto que levou a que “muitos agricultores que durante este ano estão a alimentar os seus animais à mão recorrendo a palhas ou forragens guardadas ou compradas“. A ausência dos pastos naturais, que são a principal matéria combustível nos campos do Alentejo,  não justificam a adoção destas medidas. No entanto, relata que a situação geográfica a centro e norte do país “onde predomina a propriedade abandonada e onde a agricultura já deixou de existir há muitos anos“, se não existirem animais para consumirem as pastagens estas são um “barril de pólvora” e justificam a adoção deste tipo de medidas.

Francisco Palma regista que as altas temperaturas registadas no Alentejo são naturais do período de verão que se vive, no entanto, assinala que “os agricultores sabem muito bem quando estão a manusear as suas máquinas” em situações de calor extremo, salvaguardando as condições de segurança. “Nós, agricultores, sabemos muito mais e temos muito mais consciência daquilo que é cuidar, prevenir e prever o risco de incêndio do que qualquer membro do Governo que são pessoas que cresceram em meios urbanos e que não têm a mínima ideia do que se passa no campo”, atira.

Em jeito de conclusão, o representante dos agricultores do Baixo Alentejo, refere que estas medidas não eram necessárias e que despachos como este servem para remediar a falta de planeamento estratégico do Governo e dos responsáveis políticos “sacudirem a água do capote”

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