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Sexta-feira, Novembro 22, 2024

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Entrevista RC: Se o Governo não tomar medidas há empresas do setor vitivinícola que podem não chegar ao final do ano, alerta a ANCEVE (c/ som)

Foto: Luso Jornal

O aumento dos preços das matérias-primas está a deixar os pequenos e médios produtores do setor vitivinícola numa situação preocupante, de acordo com a Associação Nacional dos Comerciantes e Exportadores de Vinhos e Bebidas Espirituosas (ANCEVE). A Rádio Campanário falou com Paulo Amorim, presidente da Direção, que afirmou que muitos destes produtores após a Pandemia ficaram “sem chão“.

Na opinião do presidente da ANCEVE, os pequenos e médios produtores constituem o grosso do tecido empresarial da fileira vitívinicola e acrescenta que muitos deles estão na região de Vila Viçosa. São, sobretudo, estes pequenos e médios produtores que têm sentido o impacto do “aumento brutal” de custos de matérias-primas como “garrafas, rolhas, caixas, adubos e transportes” sem conseguirem fazer refletir esses aumentos no preço final de venda ao consumidor “porque senão não conseguiriam, de todo, vender os seus vinhos“, diz Paulo Amorim.

Para agravar a situação, verifica-se agora também que os fornecedores passaram a exigir pagamentos antecipados ou contra-entrega e a cobrar a taxa de transporte, uma taxa até aqui assumida pelos fornecedores.

Perante a situação que o setor vitivinícola atravessa, Paulo Amorim afirma que o Governo deveria adotar medidas excecionais e urgentes através de um programa de apoio à tesouraria das empresas, com a criação de campanhas promocionais para a compra de uva, por exemplo.

“Há muito dinheiro que vem de Bruxelas e que fica na ‘gordura’ do Estado, não chega à economia real, e pensamos que o Governo, desta vez, deveria acudir a este aumento de custos brutal.”

Questionado, concretamente, sobre a situação que vive no Alentejo no setor dos vinhos, Paulo Amorim refere que “há muitas empresas que poderão não chegar ao fim do ano“, uma vez que na época de vindimas que se aproxima é necessário escoar stocks e a somar a isso há falta de liquidez nas empresas para a aquisição de materiais essenciais para a produção do vinho.

Sobre a situação dos combustíveis, Paulo Amorim considera que o aumento do gasóleo agrícola é “escandaloso“, reiterando que, ao invés de aumentar os impostos recebidos por esta via, o Governo devia reforçar o apoio à compra de combustível aos produtores.

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