No Alentejo, entre o oceano e a serra, o Festival Terras sem Sombra apresenta em Odemira um nome maior da pianística mundial, o filipino Raul Sunico; visita a Vale de Santiago e suas histórias, património e tradições e passeio nas margens da ribeira de Torgal.
A Guitarra portuguesa, num concerto por Mariana Martins, estará em destaque na iniciativa Onde a Vida Acontece, em São Teotónio.
No seu regresso, após uma pausa em agosto, o Festival Terras sem Sombra e a iniciativa que lhe está associada, Onde a Vida Acontece, apresentam em Odemira, de 2 a 4 de setembro, um programa de excelência em torno da música, do património, da ciência e das tradições, em parceria com o respetivo Município.
Uma agenda de atividades de acesso gratuito, direcionada a públicos de todas as idades, que proporciona, na noite de 3 de setembro, sábado (21h30), um momento cimeiro da grande música em palcos portugueses.
A igreja da Misericórdia, no coração da vila de Odemira, acolhe o recital do pianistafilipino Raul Sunico, nome maior dos palcos internacionais, aclamado como um dos principais vultos da pianística dos nossos dias. “Geografias da Alma: Viagem ao Redor de um Piano”, propõe uma jornada sonora em torno de obras de Mendelssohn, Debussy, Chopin, Vianna da Motta, Liszt, Albéniz e Ravel. Neste programa destacam-se também peças de compositores filipinos raramente escutados entre nós, como George Canseco e Francisco Buencamino.
Raul Sunico já se apresentou como solista nos principais palcos da Europa, Ásia e América e actuou com orquestras de renome mundial em Moscovo, Otava, Taipé, Tóquio e Vietname, além das principais orquestras filipinas. É autor de uma extensa discografia e mantém-se como o único pianista do mundo a tocar, numa só apresentação, tanto os quatro concertos para piano, de Rachmaninoff, como os três concertos para piano, de Tchaikovsky.
As iniciativas do Terras sem Sombra, na sua presença em Odemira, incluiem ainda uma visita ao Património (3 de setembro, 15h00), subordinada ao tema “Vale de Santiago: História, Património, Tradições”, com o ponto de encontro na igreja paroquial de Santa Catarina. Oportunidade para ficar a
conhecer locais de interesse desta freguesia do interior do concelho de Odemira, sob a orientação dos
historiadores António Martins Quaresma e José António Falcão.
A encerrar as atividades programadas para Odemira, o Festival delineou, a 4 de setembro, domingo (9h30), um refrescante périplo. “Da Ponte do Sol Posto ao Pego das Pias: A Ribeira de Torgal”, com ponto de encontro no Cais de Odemira, efetua um percurso no afluente do rio Mira, num troço rodeado de vegetação ribeirinha, bem estabelecida e preservada, e com interessantes espécies faunísticas e vegetais, até ao famoso Pego das Pias.
Guitarra portuguesa, desafios ao desenvolvimento e medronho
O fim-de-semana em terras odemirenses, arranca a 2 de setembro, sexta-feira, em São Teotónio, com o projecto Onde a Vida Acontece. “Sentidos: A Vida na Guitarra Portuguesa” é o título do concerto que leva Mariana Martins ao palco da Sociedade Recreativa São Teotoniense (21h30).
A intérprete apresenta obras de figuras incontornáveis da guitarra e que marcaram o seu percurso artístico, assim como peças dedicadas à demonstração de diferentes técnicas utilizadas na prática do instrumento. Em 2021, a executante tornou-se na primeira mulher licenciada em Guitarra Portuguesa, formando-se na Escola Superior de Artes Aplicadas do Instituto Politécnico de Castelo Branco. A guitarra clássica e a viola campaniça estarão igualmente presentes em palco, com intérpretes que dialogarão com Mariana, algo inédito.
A anteceder o concerto, a manhã de 2 de setembro inclui um programa consagrado à arte, história e tradições da freguesia de São Teotónio (10h00), numa visita que parte da igreja local. Nesta ação, a história da povoação e os desafios que o crescimento populacional tem vindo a colocar são o fio condutor.
Uma hora mais tarde, às 11h00, parte-se à descoberta dos ?Tesouros da Natureza: O Medronho e os Seus Derivados?. A visita guiada ao Museu do Medronho é uma oportunidade para se conhecer a importância do medronheiro, as suas características, as possíveis utilizações e também o processo de fabrico da aguardente de medronho. Portugal é o maior produtor deste fruto vermelho, rico em antioxidantes e que, para além da tradicional destilação para aguardente, tem grande potencial inovador no mercado atual.
Nesta 18.ª edição, o Festival prosseguirá a sua programação em Montemor-o-Novo(17 e 18 de setembro) e Sines (22 e 23 de outubro).
A organização encontra-se a cargo de Pedra Angular, estrutura financiada por DGArtes, em parceria com os municípios envolvidos e com o apoio, entre outros, da Direção Regional de Cultura do Alentejo.
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