A falta de chuva e a situação de seca que atingiu Portugal está a comprometer diversos setores da economia portuguesa e a deixar os produtores portugueses com inúmeros prejuízos.
O sector olivícola não é excepção e a preocupação com a produção de azeitonas e respetiva colheita, está em risco devido à seca.
A Rádio Campanário falou com Hélder Transmontano, diretor-geral da Cooperativa Agrícola de Moura e Barrancos (CAMB) , cooperativa que representa os produtores de azeitona de Moura e Barrancos, sobre as perspetivas para esta colheita e quais as maiores preocupações.
Hélder Transmontano começou por nos referir, relativamente à maior preocupação manifestada pelos produtores de azeitona de Moura e Barrancos, que a maior é mesmo “a falta de chuva” explicando que “ a região de Moura e Barrancos ainda tem muito olival tradicional , muito desse olival é de sequeiro, e portanto a falta de água pode comprometer gravemente a campanha que está à porta.”
Para este responsável, “não havendo uma rega gota a gota e não havendo chuva , compromete-se e muito a campanha.”
As explorações de sequeiro são as que representam neste momento maior preocupação pois as de regadio, conforme refere Hélder Transmontano, ainda vão tendo “alguma água.”
O diretor da CAMB sublinhou ainda que a colheita deste ano, no olival tradicional, tem uma situação ainda mais preocupante porque “o ano passado tivemos uma campanha muita boa, existindo a questão da Safra e contrasafra, pois após um ano de boa produção, temos um ano de produção inferior que, aliada à falta de chuva, compromete gravemente a campanha.”
As expetativas não são animadoras e de acordo com Hélder Transmontano “se não chover até outubro, no global da cooperativa podemos ter perdas na ordem dos 40%; no olival tradicional, as perdas podem cifrar-se em 75% visto estarmos num ano contrasafra e num ano de seca com falta de água.”
Apesar do cenário negro que se vislumbra, Hélder Transmontano mantêm ainda a esperança que setembro possa trazer alguma chuva e que a mesma ajude a minimizar os prejuízos destes produtores. Se assim não acontecer, refere “estamos disponíveis para ajudar os produtores naquilo que nos for possível.”
No que diz respeito aos apoios concedidos pelo governo , para os diversos setores, e por forma a minimizar os prejuízos causados pela seca, o diretor da CAMB salienta “os apoios ficam sempre aquém das expetativas e da necessidade” adiantando contudo “todo o apoio que possa haver é sempre bem vindo mas às vezes peca por escasso e tardio.”