Casa dos Lacerdas, o mais recente empreendimento de turismo em espaço rural, abre as suas portas, e, no ato de sua inauguração, a 21 de setembro de 2022, pelas 15 horas, conta com a presença de João Fortes, Presidente da Câmara Municipal de Mourão; Vítor Fernandez da Silva, Presidente da Entidade Regional de Turismo do Alentejo e Ribatejo; António Ceia da Silva, Presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Alentejo.
Casa dos Lacerdas está localizada na Praça Principal da vila fronteiriça de Mourão, Capital de Alqueva, que atualmente se denomina Praça da República, com vista magnífica para o Jardim municipal, foi provavelmente edificada na primeira metade do século XVIII, após a guerra da Restauração (1640-1668), embora não seja possível precisar a data da sua construção nem o responsável..
O empreendimento denomina-se Casa dos Lacerdas em homenagem ao ilustre proprietário, João Limpo Pimentel Pereira de Lacerda, que nasceu no ano de 1765 em Mourão e faleceu em Évora no ano de 1823. Trata-se de uma casa nobre, no interior destacam-se as paredes de terra crua, alvenaria e pedra, com espessuras de 60 até 100 cm, os arcos plenos e abatidos, a abóbada de escada, as abóbadas, as abobadilhas, os tetos em xisto, lareira e escadaria em granito, pavimento, etc.
Na cobertura há a realçar a chaminé mourisca e na fachada principal os quatro balcões de sacada, as cantaria em xisto da região e as ferragens de estilo barroco. A fachada apresenta ainda, em posição central, um brasão marmoreado, do tipo eclesiástico, pertencente a João Limpo Pimentel Pereira de Lacerda, um destacado nobre, graduado em Direito Canónico pela Universidade de Coimbra e cavaleiro da Ordem de Cristo que optou por seguir a vida religiosa.
Além disso, foi um grande benemérito, particularmente, atento às crianças órfãs e desprotegidas. Também foi um bom juiz desembargador, sendo o seu lema de vida: “AMIGO DE DEUS E DOS HOMENS”. O brasão de João Limpo Pimentel Pereira de Lacerda não só é uma excelente peça de escultura, mas, essencialmente, um portador de mensagens que foram gravadas para a posteridade sobre o brasonado e respetiva família.
Este edifício histórico foi adquirido em 2011 pela família Lopes Suzano, uma família com raízes mouranenses, que numa iniciativa de investimento particular procurou na intervenção arquitetónica reabilitar o edifício, adaptando-o aos novos usos no respeito pela integridade do legado arquitetónico.
