Em nota enviada pela Comissão de Utentes do Litoral Alentejano à Rádio Campanário, consta que mais de 50 Utentes concentram-se no Hospital do Litoral Alentejano, no passado dia 27 de Fevereiro, confrontaram o Ministro da Saúde com os problemas do Serviço Nacional de Saúde na Região e exigiram-lhe resoluções.
No decorrer da concentração, foi também entregue à comitiva do Ministério da Saúde, o documento com os principais problemas existentes no Hospital do Litoral Alentejano, que o utentes querem ver resolvidos.
Os principais problemas apontados pela Comissão de Utentes do Litoral Alentejano foram:
– Apenas um Médico Cardiologista para mais de 100.000 Utentes;
– Camas encerradas nos diversos Serviços de Internamento;
– Há mais de 1 ano que não há Consultas de Pediatria;
– Os Médicos no Serviço de Urgência do Hospital do Litoral Alentejano (H.L.A.) são assegurados por Empresas de Trabalho Temporário;
– Há Utentes para realizarem exames, têm que fazer mais de 300 km’s;
– Os Tempos Máximos de Resposta Garantidos não são cumpridos na maioria das suas Especialidades, como por exemplo, a Cirurgia de Otorrinolaringologia no H.L.A. que tem um tempo de espera de cerca de 500 dias;
– Uma vez que a Maternidades do Hospital São Bernardo e do Hospital José Joaquim Fernandes por vezes estão encerradas, e não existe Maternidade no H.L.A., os bebés da Região nascem na berma da estrada;
Neste contexto, a Comissão de Utentes do Litoral Alentejano avaliou as políticas seguidas pelos diversos Governos para o Serviço Nacional de Saúde, e exige a resolução dos problemas anteriores transcritos, com as seguintes propostas:
– Contratação de Profissionais de Saúde (Médicos, Enfermeiros, Assistentes Técnicos, Assistentes Operacionais, Técnicos de Diagnóstico e Terapêutica, entre outros), em número suficiente para as necessidades existentes, bem como a valorização salarial e das carreiras;
– Adopção de medidas que atraiam Médicos, Enfermeiros, entre outros Profissionais para esta zona carenciada com abertura de concursos com dedicação exclusiva e também com incentivo remuneratório, condições de trabalho e formação contínua;
– Abertura de concursos Médicos para ocupação de vagas de assistente graduado sénior para o H.L.A. de modo a optimizar a idoneidade na formação de novos Médicos internos que serão o futuro na continuidade do SNS;
– Atribuição de Médico de Família (ou seja, com a Especialidade de Medicina Geral e Familiar) a todos os Utentes e também Enfermeiro de Família;
– Colocação de Médico de Família nas diversas Extensões de Saúde, com a periodicidade de no mínimo 1 vez por semana;
– Redução da lista de Utentes por cada Médico de Família, tendo em conta o valor das Unidades Ponderadas e outros fatores de complexidade que se refletem na carga assistencial;
– Implementação de condições para a realização de exames complementares de diagnóstico, nomeadamente colheitas de sangue nos Centros de Saúde da Região com a contratação de Técnicos de Diagnóstico e Terapêutica, e colocação de mais equipamentos no Serviço de Imagiologia do H.L.A., como por exemplo colocação de equipamento para realização de ressonância magnética, terminando assim a concessão com as empresa privadas;
– Reabertura das Extensões de Saúde de Luzianes Gare (Odemira) e São Francisco da Serra (Santiago do Cacém);
– Reparação e ou construção das seguintes Unidades de Saúde: Alcácer do Sal, Santiago do Cacém, Vila Nova de Santo Anto André (Santiago do Cacém), Vila Nova de Milfontes e Sabóia (Odemira);
– Colocação em funcionamento de um Serviço de Consulta Aberta de Agudos, vulgarmente designado de Serviço de Atendimento Permanente do Centro de Saúde de Grândola, garantindo o funcionamento 24 horas por dia, dotando o Centro de Saúde dos necessários recursos para o efeito, cumprindo assim a Resolução da Assembleia da República nº57/2011;
– Colocação de Médicos Pediatras no Serviço de Urgência Pediátrica do H.L.A.;
– Cumprimento integral da Lei dos Tempos Máximos de Resposta Garantidos nas Consultas, Cirurgias e Meios Complementares de Diagnóstico em toda a Unidade Local de Saúde do Litoral Alentejano;
– Reabertura de todas as camas dos diversos Serviços de Internamento do H.L.A.;
– Reabertura das Consultas de Pediatria no H.L.A.;
– Construção da Maternidade no H.L.A.
– 35 horas para todos os Profissionais;
– A não renovação de todas as Parcerias Público Privadas;
– Devolver ao Sector Público Administrativo todos os Hospitais e Unidades de Saúde Entidades Públicas Empresariais e Parcerias Público Privadas;
– Abolição de todas as Taxas Moderadoras.
As Comissões de Utentes do Litoral Alentejano exigem ainda a defesa e o reforço do Serviço Nacional de Saúde como serviço Público, Universal, Geral e Gratuito, como garantia de acesso a todos em qualidade aos cuidados de saúde.
Fotos: Comissão de Utentes do Litoral Alentejano