Resultados da iniciativa de investigação, em que o ICNF é parceiro, revelam uma maior consciência por parte da comunidade piscatória do Parque do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina, sobre os benefícios da existência de zonas de proteção.
De acordo com a nota agora divulgada pelo ICNF, na sua página oficial, o Projeto MARSW teve na última quarta-feira a apresentação pública de resultados, em conferência realizada no Centro de Educação Ambiental de Marim, sede do ICNF no Algarve, parceiro institucional da iniciativa. Como anfitrião natural, o diretor regional do Instituto para a região algarvia, Castelão Rodrigues deu início aos trabalhos sublinhando a importância dos estudos efetuados.
Considerando os resultados obtidos o projeto oferece contributos relevantes e decisivo, para o conhecimento científico do Parque Marinho do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina, gerido pelas nossas equipas. Entre 2018 e 2021 monitorizaram-se a biodiversidade, os recursos pesqueiros e as atividades humanas, permitindo avaliar a eficácia da proteção marinha em diversas zonas do território.
A partir desse trabalho foi possível traçar medidas para melhorar a sua gestão e na sequência é possível sublinhar a mudança de atitude da comunidade piscatória, face à implementação de zonas de proteção marinha. Outrora muito contestatária, a maioria (88%) desse grupo populacional passou a reconhecer a importância da medida.
Podemos afirmar ainda, entre outros resultados interessantes, que a evolução da população de várias espécies está a ser favorecida: sargo, safio, moreia, santolas e percebe. De outra perspetiva, em áreas de proteção mais restrita, tanto a diversidade de peixes (30%) como a abundância (150%), e o tamanho médio (até 20%) tiveram incrementos.
Fonte: ICNF
Um dos principais objetivos do projeto foi o desenvolvimento de um sistema de informação e monitorização da biodiversidade marinha do parque natural. Com a plataforma procura-se facilitar o conhecimento e avaliação da distribuição das comunidades e dos habitats existentes na área marinha do território.
O programa de investigação resultou de iniciativa da Liga para a Proteção da Natureza (LPN) tendo sido implementado por equipas científicas da Universidade do Algarve, da Universidade de Évora e da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa. Foi cofinanciado ao abrigo do Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos (POSEUR), pelo Fundo Ambiental e pelas Câmaras Municipais de Aljezur, Vila do Bispo, Sines e Odemira.