Realizou-se esta noite, dia 24 de abril, de modo a comemorar o 49º aniversário do 25 de abril de 1974, um concerto no Fórum Cultural de Alandroal, cuja animação ficou a cargo de Diabo a Sete.
A Rádio Campanário esteve presente e falou com João Grilo, Presidente da Câmara Municipal de Alandroal, que nos falou sobre a importância destas comemorações de abril e também sobre a importância da democracia.
O presidente do Município de Alandroal começou por referir que, “estamos a viver um momento em que, as gerações que fizeram abril estão a desaparecer. A gerações que felizmente cresceram e tiveram uma melhor vida, são a minha geração, sabemos o que abril nos trouxe e nos dá todos os dias e, temos hoje um conjunto de novas gerações que perdeu esta ligação e não sabe o que ganhou com abril. Muitas vezes ouço alusões a que, se calhar, as coisas não eram tão más antes de abril, ou que até havia coisas boas antes de abril, e quando vejo isso replicado na boca de novas gerações fico preocupado, porque alguma coisa está a falhar na comunicação com essas gerações. É evidente que não podemos fazer só evocações, não podemos trabalhar só um dia por ano a evocar abril e o trabalho da democracia tem que se fazer todos os dias, em proximidade com as pessoas, mostrar-lhes no que consta ter democracia e o que custa perdê-la, porque o mais importante de tudo é que, nós só damos valor real àquilo que perdemos e depois de o perdermos. Com a democracia não podemos correr esse risco, temos que a acarinhar e reconstruir todos os dias, temos que a cimentar todos os dias para não corrermos nunca o risco de a perder. Abril tem que se renovar todos os anos e tem que se renovar a cada ano.
Questionado sobre se podemos correr o risco de um eventual “assalto à democracia”, como foi referido recentemente pelo Almirante Gouveia e Melo, o presidente do Município de Alandroal refere que “ainda estamos longe de correr esse risco, mas há sinais de que há pessoas a tentar fazê-lo, há um conjunto de interesses e pessoas que, provavelmente viveriam melhor em ditadura que em democracia e que têm saudades das ditaduras e têm um certo apego a esses tempos e gostavam que, de facto, as coisas fosse diferentes. Essas pessoas durante muitos anos acharam que de facto não tinham espaço para vir trazer a público essas formas de pensar mas, hoje sentem-se à vontade. Há sinais preocupantes mas, também há sinais de que a democracia se reinventa, que ganha forças onde muitas vezes parece que não tem e reconstrói-se e, de facto, o nosso dever é não deixar cair em caminhos que não interessam ao povo português”.
Pode consultar as fotos das comemorações em Alandroal aqui:
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