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“Adoro vir ao Alentejo. A Sopa de Tomate estava ótima, enfim…sou uma “galdéria”paisagística” diz Ricardo Araújo Pereira(c/som)

 

Foi ontem à tarde inaugurado em Redondo o Encontro Literário Palavras ao Vento /XXV Feira do Livro de Redondo com a distinção do Alto Patrocínio do Presidente da República.

O evento, que decorre até ao próximo dia 13 de maio, tem uma programação muito variada e conta com a curadoria de Frederico Pedreira, recentemente galardoado com o Prémio Sociedade Portuguesa de Autores para Melhor Livro de Poesia à sua obra “Coração Lento”.

Pelas 21 horas, no Jardim Municipal, Carlos Vaz Marques esteve à conversa com Ricardo Araújo Pereira, o humorista e escritor português que conquistou pelas suas intervenções.

A Rádio Campanário esteve presente e falou com o Ricardo Araújo Pereira que começou por elogiar a Sopa de Tomate que comeu ao jantar referindo “a Sopa de Tomate é o centro disto tudo que tinha bacalhau e ovo escalfado e depois num plano muito secundário foi o facto de eu ter vindo aqui dizer coisa aqui a este jardim tão simpático.”

O humorista Português refere “as pessoas receberam-me muito melhor do que eu mereço, como é costume e aturaram-me a falar sobre livros e leitura.”

Questionado pela Rádio Campanário se em seu entender a leitura derruba os muros da ignorância, o escritor sublinha “concerteza que sim mas o problema é que os muros da ignorância estão muito bem feitos” realçando ainda “é das poucas infraestruturas em Portugal que duram e estão bem cimentadas.”

A leitura faz muito por derrubar estes muros mas é muito difícil quando pegamos num livro e ficamos a saber mais do que sabíamos antes de lhe termos pegado e isso é sempre um processo milagroso” acrescentou ainda Ricardo Araújo Pereira que numa conversa com Carlos Vaz Marques realçou a importância dos livros, das palavras e da leitura.

Ricardo Araújo Pereira fala-nos ainda sobre o facto de Portugal, nos censos de 2021, ter ainda 300 mil analfabetos dizendo “é muito triste isso e eu chego aqui e fico sempre encantado com as bibliotecas itinerantes e com o esforço que é feito para que isso acabe, levando a alfabetização às pessoas. ”

Na sua opinião “isso abre um mundo que não existe sem isso e valorizo imenso o esforço destas iniciativas” pois “andar a distribuir livros pelas pessoas deve ser das tarefas mais nobres que existe.”

Além de Humorista, Ricardo Araújo Pereira é também Escritor, numa escrita nem sempre fácil de entender. Questionado se escreve para os mais letrados ou para toda a gente, o humorista refere “eu nunca suponho que o público sabe menos do que eu porque acho que isso é um grande erro mas percebo que ás vezes há livros , utilizados no Ensino Secundário, com textos meus, onde a interpretação não é fácil.”

O humorista, com o humor que lhe é característico deixa escapar “é um gosto para mim saber que estou a azucrinar alunos do secundário.”

Ricardo Araújo Pereira, sobre a sua fonte de inspiração para a escrita, refere “tudo me serve e penso no que vou escrever, tento perceber que tipo de olhar pode ser o meu, porque para fazer rir as pessoas é preciso fazer isso, é necessário que ser inesperado e isso ás vezes envolve dizer a coisa mais parva sobre a questão.”

A mim não me pagam para dizer coisas sensatas” acrescenta Ricardo Araújo Pereira explicando que “é assim que eu ganho a vida.”

Questionado sobre o que é o Alentejo para si, Ricardo Araújo Pereira refere “a minha mãe e a minha avó são do Minho e por isso a paisagem minhota encanta-me” Ainda assim acrescenta “eu sou uma “galdéria” paisagística , tudo me encanta.”

Acho um milagre que o nosso País sendo tão pequeno tenha uma diversidade tão morfológica e impressionante; as paisagens alentejanas em comparação com as fragas transmontanas e com a vegetação açoreanas, são coisas tão diferentes” sublinhou.

Vir ao Alentejo é sempre uma coisa que me agrada imenso, pela paisagem, pelo ritmo do sotaque e pela comida, tem uma gastronomia que com pão, alho e ervas se faz uma festa, é preciso ser muito criativo para ter a gastronomia Alentejo” adiantou ainda.

 

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