O País atravessa, mais um ano, um problema de seca com regiões do País, entre elas o Alentejo, em situação de seca severa ou extrema e com os Agricultores/Produtores a passarem por grandes dificuldades.
Mais de 80% do território está em seca e o Governo prepara já medidas de apoio aos Agricultores.
A Rádio Campanário falou com Luís Bulhão Martins, Agricultor e Presidente da Cersul e da Associação Nacional de Produtores de Milho e Sorgo assim como Presidente da Associação de Beneficiários da Obra da Vigia, que abordou a questão da seca e as maiores preocupações por parte dos agricultores.
Luís Bulhão Martins começou por nos referir “a situação é extremamente preocupante em termos de Agricultura como atividade económica” acrescentando que “os Agricultores vêm com dois anos de seca intensa , e esta veio de uma forma violentíssima, e a deste ano ainda mais violenta é.”
Luís Bulhão Martins referiu ainda “há 120 dias que não chove, estamos com uma primavera absolutamente seca e de acordo com os critérios definidos e utilizados , padronizados ao nível Europeu, o IPMA considera já mais de 80% do território está nesta situação, sendo o Alentejo das zonas onde há maior incidência.”
“Esta situação põe problemas muito graves ao nível agrícola, o principal, a perda de rendimentos por parte dos Agricultores, por ausência de colheitas ou colheitas de reduzidíssima dimensão ou por custos acrescidos, na rega ou na alimentação dos efetivos pecuários” sublinhou Luís Bulhão Martins que sublinha que a situação é realmente preocupante.
Luís Bulhão Martins não tem dúvidas “vai haver muitos agricultores a desfazerem-se dos animais, vai aumentar o abandono agrícola” manifestando a certeza de que “vamos progredir para um cenário cada vez pior”, à medida que o verão se vai desenrolando.
No que diz respeito ás medidas necessárias, Luís Bulhão Martins considera urgente “encontrar medidas de suporte de rendimento dos agricultores assim como medidas logísticas e de apoio à compra de alimento para animais.”
O Agricultor destaca ainda a necessidade de “pensar medidas estruturantes, que tenham a ver evitar a ocorrência destes problemas de forma tão sucessiva” realçando a necessidade de “construir mais barragens, há que gerir melhor a água, ajudar e apoiar os agricultores na compra de sistemas de rega mais eficientes.”
Na sua opinião é ainda necessário apostar na “distribuição mais equitativa da água entre regiões .”