Maria Inácia e Perpétua Sousa, conhecidas como as Irmãs Flores, integram o grupo de artesãos que se dedica à produção do conhecido figurado de barro de Estremoz.
Há 50 anos que se dedicam a esta arte.
Foi ontem inaugurada na Galeria D. Dinis em Estremoz, a Exposição “Irmãs Flores: 50 anos em 50 bonecos”.
A Rádio Campanário esteve presente e falou com as Irmãs Flores para perceber qual a importância desta exposição e dos Bonecos de Estremoz nas suas vidas.
Falam a uma só voz e antes de inaugurada a exposição dizem-nos “ estamos um bocadinho nervosas” e explicam porquê “ 50 anos é uma vida” ainda assim sublinham “parece que foi ontem que começamos a trabalhar nos Bonecos de Estremoz.”
Certas estão de que as suas vidas, nestes 50 anos “têm sido dedicadas a este trabalho e a esta arte, para que ela seja divulgada, defendida e preservada”.
Realçando a importância de “proteger as características desta arte por isso temos tentado sempre manter aquilo que aprendemos.”
O nervosismo que sentiam quando começaram a fazer Bonecos de Estremoz não desapareceu apesar dos 50 anos que passaram. Esse nervosismo, refere “ainda hoje se mantém” e recordam quando começaram, “na altura com 14 a 15 anos, moças da aldeia , não conhecíamos nada da cidade nem da vida e para cá viemos, mas com muito receio.”
“O Amor que dedicámos a esta arte traz-nos sempre muita emoção” realçam ainda Maria Inácia e Perpétua Sousa.
Emocionadas referem ter consciência de que em todos estes anos “temos levado o nome de Estremoz pelo Mundo fora” acrescentando contudo “ nunca pensámos que o Boneco, uma coisa tão simples, tão popular, dissesse tanto ás pessoas por este mundo fora.”
Questionadas pela Rádio Campanário se farão Bonecos de Estremoz até que as mãos lhes doam, respondem “tudo dependem da nossa saúde mas a vontade existe”.
“A Arte dos Bonecos de Estremoz é a nossa vida” concluem.