Investigadores do nstituto Mediterrâneo para a Agricultura Ambiente e Desenvolvimento (MED) da Universidade de Évora, e do Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos (CIBIO-Açores), da Universidade dos Açores, detetaram a presença de microplásticos nas águas da albufeira do Alqueva, no Alentejo, e da Lagoa Azul, nos Açores, com valores relativamente elevados para estas zonas que apresentam baixo nível de urbanização.
Em comunicado enviado à Agência Lusa, o MED explica que a investigação foi desenvolvida no âmbito de um estudo mundial liderado por Verónica Nava, investigadora da Universidade de Milão-Bicocca, em Itália.
Com uma equipa de quase 80 investigadores, o estudo, publicado hoje na revista Nature, analisou a água de 38 lagos de 23 países de todo o mundo, entre os quais a albufeira do Alqueva e a Lagoa Azul.
Miguel Matias, do MED, citado no comunicado dirigido à Lusa, refere que “Uma vez recolhidas as amostras, as diferentes equipas enviaram-nas para a Universidade de Milão-Bicocca, onde, com recurso a tecnologias como a [técnica] microespectroscopia raman, foi efetuada uma análise extremamente precisa que confirmou a composição polimérica dos microplásticos”.
Dos resultados do estudo destacam-se a presença poliéster, polipropileno e polietileno nestas duas albufeiras.
De acordo com o MED, a albufeira do Alqueva ocupa o 13.º lugar na tabela das 38 massas de água analisadas com mais acumulação de detritos plásticos, enquanto a Lagoa Azul, na ilha de São Miguel, Açores, ficou na 9.º posição da mesma lista.
Os investigadores portugueses, citados pela Lusa, relatam que “Nos casos particulares do Alqueva e da Lagoa Azul, não será surpresa para ninguém a presença de microplásticos. No entanto, é preocupante que os valores encontrados sejam relativamente altos para estas zonas de baixo nível de urbanização”.
Fonte: Lusa