A seca persistente está a desencadear uma série de desafios para os agricultores do distrito de Portalegre, com repercussões significativas em múltiplos níveis. A falta de chuvas substanciais e a consequente escassez de pastagem têm levado os agricultores a adotar medidas drásticas, incluindo a importação de alimentos para animais de Espanha e França, a preços exorbitantes que estão a pressionar fortemente o setor.
A presidente da Associação de Agricultores do Distrito de Portalegre (AADP), Fermelinda Carvalho, expressou a sua preocupação quanto à situação atual. Ela destacou que a ausência de alimentos para os animais é um problema que se arrasta há vários meses, não se limitando apenas a esta época do ano. O ano anterior já havia sido marcado por más colheitas e a falta de reservas agrava a situação.
Segundo Fermelinda Carvalho, a seca não está a afetar apenas o distrito de Portalegre, mas também países vizinhos como Espanha e França. Isso levou a uma escassez generalizada de alimentos para animais, resultando num aumento acentuado nos preços desses alimentos. As trocas comerciais habituais entre os países, como as de feno e palha, tornaram-se difíceis devido à menor produção e à elevada procura. Além disso, alguns agricultores têm relatado problemas em receber os produtos pelos quais já pagaram antecipadamente.
A questão da água também tem sido um ponto crítico na região. Enquanto as barragens e charcas nas explorações agrícolas foram preenchidas há meses, os furos de água têm enfrentado dificuldades em manter os níveis necessários. A chuva que caiu foi intensa e rápida, não permitindo a sua absorção gradual no solo. Como resultado, alguns furos já se encontram secos, agravando ainda mais a situação hídrica.
Fonte: Observador