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Produção de Amêndoa no Alentejo: “Um Crescimento em ascensão nas Margens do Alqueva” Entrevista C/ António Saraiva

 

Portugal Nuts em parceria com o Centro Nacional de Competências de Frutos Secos (CNCFS), e o Centro Operativo e Tecnológico Hortofrutícola Nacional (COTHN) e ainda com o apoio da Câmara Municipal Borba,  realizou hoje (dia 26 de outubro) em Borba, o ‘Balanço da Campanha de Frutos Secos 2023’. Associou-se ao evento a Federação Nacional das Organizações de Produtores de Frutas e Hortícolas (FNOP).

A Iniciativa pretendeu avaliar o desempenho da campanha de produção de frutos secos no país, ser um momento de troca de experiências entre produtores e partilha de conhecimentos técnicos.

A Rádio Campnário marcou presença e numa conversa exclusiva com António Saraiva, diretor executivo da Portugal Nuts. Falamos dos números impressionantes da produção de amendoal no Alentejo, bem como a importância da região na ascensão deste setor.

Com o aumento cada vez maior de amendoal nas margens do Alqueva, são muitos os que se preocupam quer por aquilo que consideram estar a acontecer em temos de descaracterização da paisagem agrícola alentejana, quer pelas preocupações quanto ao consumo de água em grande escala, especialmente numa região que muitas vezes enfrenta a escassez deste recurso.

Sobre estas questões António Saraiva Adianta: “(…) Os números não mentem: o Alentejo é responsável por uma fatia significativa da produção nacional de amêndoa.

 Segundo o diretor da Portugal Nuts, “a campanha de amêndoa deste ano foi muito positiva, e a nossa avaliação diz-nos que Portugal irá produzir mais do que as estimativas oficiais do Instituto Nacional de Estatística previam.” Com cerca de 16.000 hectares de terra dedicados a esta cultura, o Alentejo representa atualmente cerca de 40% da área total de produção de amêndoa em Portugal.

Questionado sobre o que torna o Alentejo um local de eleição para a produção de amêndoa? E se o fator-chave é a presença da barragem do Alqueva.

 António Saraiva explica: “A barragem do Alqueva foi construída para regar culturas, e a água retida nela pode suportar até três anos de seca. A água é um recurso essencial para a produção de amêndoa, e o Alqueva oferece as condições ideais para esta cultura prosperar.”

No entanto, surgem preocupações quanto ao consumo de água em grande escala, especialmente numa região que muitas vezes enfrenta a escassez desse recurso?

 O diretor executivo da Portugal Nuts responde a essas preocupações argumentando que “a água é um elemento fundamental para a produção de frutos secos, mas estamos confiantes de que a tecnologia pode ajudar a otimizar o uso da água no futuro.” Acreditox, que a tecnologia permitirá fornecer a quantidade estritamente necessária de água às árvores, adaptando-se às condições e aumentando a eficiência.

Enfatizando que “(…) as plantações de amêndoa no Alentejo têm um impacto positivo na região. Destacando que “a cultura da amêndoa atraiu investimento para o Alentejo, criou empregos bem remunerados e fixou populações jovens na zona do interior do país.” Alem das dinâmicas que podem resultar da expansão das áreas de produção, com mais indústrias de processamento como se espera que venham a surgir na região.

É interessante notar que, enquanto Portugal está a ganhar destaque na produção de amêndoa, os espanhóis também são dos maiores produtores nas margens do Alqueva. “Isso cria uma dinâmica interessante, com Portugal e Espanha a trabalharem em conjunto para promover a qualidade e a expansão da produção de amêndoa na região”.

António Saraiva conclui, “temos de ser otimistas e continuar a trabalhar em conjunto para promover os nossos produtos e expandir o reconhecimento da marca Portugal.”

À medida que as plantações florescem nas margens do Alqueva, o Alentejo está a desempenhar um papel crucial no fortalecimento da indústria de amêndoa em Portugal, transformando-se numa região de referência para esta cultura em crescimento.

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