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Sexta-feira, Novembro 22, 2024

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Presidente da Liga dos Bombeiros pede Comando Próprio e defende vocação voluntária em Entrevista à RC

O Presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, António Nunes, concedeu uma entrevista à Rádio Campanário.

 Questionado sobre o fato de querer um comando próprio para os bombeiros justifica: As ocorrências dos bombeiros não são as mesmas que as da proteção civil, as ações da proteção civil abrangem uma gama mais vasta de atividades do que simplesmente resgatar pessoas e bens. Envolvem técnicas especializadas e socorro adequado em cada situação. A proteção civil também lida com questões como alojamento de pessoas, corte de estradas e evacuações.

“Os bombeiros estão particularmente focados em socorrer doentes e feridos, realizar operações de desencarceramento e combater incêndios urbanos e florestais. Cada uma dessas áreas requer técnicas específicas.”

O Presidente também mencionou que os bombeiros devem ter o seu Comando próprio, assim como os outros agentes de proteção civil. Não estamos a pedir algo excecional; apenas queremos que os bombeiros tenham o seu próprio comando.

Quanto às sub-regiões, por que não as considera uma solução para os bombeiros portugueses? (…) Não acreditamos que as sub-regiões sejam a solução para os bombeiros portugueses, e há uma razão para isso. As sub-regiões foram criadas e estabelecidas principalmente para assuntos relacionados com economia, cultura e turismo, não para questões de segurança. Não faz sentido dividir distritos que têm sua própria coesão e história no trabalho que desempenham. Além disso, algumas situações podem não se aplicar igualmente a todas as áreas, o que pode causar preocupações.

Por exemplo, uma sub-região pode abranger corpos de bombeiros de cinco distritos diferentes, o que é preocupante para nós. Não temos nada contra a existência de sub-regiões no contexto da economia, turismo e cultura, mas questionamos se é a abordagem certa para questões de segurança. Por exemplo, na área da saúde, as administrações regionais de saúde foram abolidas em favor de uma centralização para melhorar a eficiência. O que estamos a dizer é que não somos contra mudanças, mas queremos ter voz e influência nas decisões que afetam os bombeiros.

Estamos aqui para defender as nossas comunidades e garantir que elas sejam protegidas. A distribuição de doentes e feridos pelos diferentes estabelecimentos hospitalares do Alentejo é um exemplo de como a nossa perspetiva pode ser valiosa.

Finalmente, a palavra “voluntário” distingue os bombeiros de outras forças de segurança. A maioria dos nossos bombeiros é voluntária e não está aqui apenas pelo salário, mas por vocação e compromisso. Esta é uma característica única que valorizamos em Portugal, e é importante continuar a atrair jovens para se dedicarem a esta causa pública de salvar vidas. Esta é uma diferenciação importante em relação a outros agentes de proteção civil, que não estão aqui por obrigação, mas por vontade de servir as suas comunidades.

Quanto à composição atual dos bombeiros em Portugal, estima-se que cerca de 12.500 deles tenham contratos de trabalho com associações humanitárias, enquanto a maioria continua a ser voluntária. No entanto, esta realidade está a tornar-se cada vez mais desafiante, devido às mudanças nas exigências e à necessidade de resposta imediata a incidentes, em comparação com a situação de há 90 anos atrás.

Em resumo, os bombeiros portugueses enfrentam desafios significativos e acreditam que a criação de um comando próprio é essencial para melhorar a eficiência e a coordenação nas operações de socorro. As sub-regiões podem não ser a solução ideal, dado que foram originalmente concebidas para outros fins, e os bombeiros desejam ter um papel ativo nas decisões que os afetam. A sua dedicação voluntária é uma característica distintiva que eles valorizam e desejam continuar a atrair jovens para a causa nobre de salvar vidas.

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