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Sexta-feira, Novembro 22, 2024

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Leia as declarações de demissão do Primeiro-Ministro: “Reflexões e Agradecimentos”

Ao longo destes quase 8 anos em que exerci as funções como Primeiro-Ministro, dediquei-me de alma e coração a servir Portugal. Naturalmente, estava totalmente disposto a cumprir com toda a energia o mandato que os portugueses me confiaram até ao termo desta legislatura.

Fui hoje surpreendido, com a informação (oficialmente confirmada) pelo gabinete de imprensa da Procuradoria Geral da República, iria ser instaurado um processo crime contra mim. Obviamente, que estou totalmente disponível para colaborar com a justiça em tudo o que entenda necessário para apurar toda a verdade, seja sobre que matéria for. Quero dizer olhos nos olhos aos portugueses, que não me pesa na consciência a prática de qualquer ato ilícito ou sequer de qualquer ato censurável. Como sempre, confio totalmente na justiça, e no seu funcionamento, a justiça que servi ao longo de toda a minha vida e cuja Independência sempre defendi. É, porém, meu entendimento, que a dignidade das funções de Primeiro-Ministro não é compatível com qualquer suspeita sobre a sua integridade, menos ainda, com a suspeita prática de qualquer ato criminal.

Por isso, nesta circunstância, obviamente. Apresentei a minha demissão, a sua excelência, o Senhor Presidente da República.  Permitam-me, agradecer em primeiro lugar aos portugueses, pela confiança que me deram estar ao longo destes anos, e pela oportunidade que me deram de liderar o país em momentos tão difíceis quanto exaltantes.

Quero agradecer, a todos os titulares dos órgãos de soberania ao Senhor Presidente da República e à Assembleia da República pela forma como sempre mantivemos uma saudável solidariedade institucional.

 Agradecer às regiões autónomas, a forma como agimos coletivamente, em prol do nosso País. Quero agradecer a todas e a todos aqueles que serviram nos meus 3 governos. Quero dirigir uma palavra. De simpatia e de gratidão para com todos os líderes e dirigentes partidários dos partidos da oposição, aos partidos que durante vários anos comigo, mantiveram um acordo de incidência parlamentar e muito especialmente, como é óbvio, ao Partido Socialista.

Esta é uma etapa da vida que se encerra e que encerro com a cabeça erguida e de consciência tranquila.

 E a mesma determinação de servir Portugal e os portugueses, exatamente da mesma forma como no dia aqui, entrei pela primeira vez como Primeiro-Ministro.

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