A Confederação Nacional da Agricultura (CNA), face à crise hídrica que se verifica no Algarve e no Alentejo, propõe um conjunto de medidas. A CNA alerta para a importância de incluir as organizações de produtores em fóruns relevantes, como a Comissão Permanente de Prevenção, Monitorização e Acompanhamento dos Efeitos da Seca, garantindo assim que as suas vozes sejam ouvidas e consideradas.
Adicionalmente, a CNA defende a necessidade de assegurar o fornecimento de água para rega a todos os agricultores, uma medida crucial para a sobrevivência das plantas e a manutenção do potencial produtivo das explorações. Paralelamente, a confederação propõe apoios direcionados aos produtores pecuários, particularmente em termos de alimentação e abeberamento animal, em situações de emergência.
A CNA considera também essencial a implementação de compensações financeiras, que devem ser moduladas, limitadas e concedidas a fundo perdido, para cobrir as perdas de produção resultantes da escassez de água. Além disso, sublinha a importância do acompanhamento e monitorização constantes da situação dos agricultores por parte de técnicos e serviços do Ministério da Agricultura.
Outro ponto fundamental é o apoio à instalação de equipamentos e infraestruturas que promovam a eficiência hídrica, assim como a promoção de ações de informação e sensibilização para a adoção de novas práticas agronómicas e de gestão. A CNA defende também que os beneficiários da Política Agrícola Comum (PAC) não devem ser penalizados caso não consigam cumprir os compromissos assumidos devido à falta de água, considerando esta uma situação de força maior.
A confederação apela ainda à urgência no desenvolvimento de infraestruturas que garantam o fornecimento de água para consumo humano e para a agricultura, focando-se especialmente no mercado interno. Esta medida inclui a manutenção e recuperação dos sistemas de abastecimento e rega, com o objetivo de promover a economia e o uso eficiente da água.
Por fim, a CNA propõe a adaptação das produções agrícolas às condições edafoclimáticas das regiões, uma estratégia que considera essencial para enfrentar a crise hídrica de forma sustentável e eficaz.