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Sexta-feira, Novembro 22, 2024

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“Os louvores têm que ser para os nossos militares (…) cumpriram de forma excecional a missão“, diz o Coronel Nuno Duarte, Comandante do RC3 (c/som e fotos)

A cerimónia de receção do Estandarte Nacional da 2ª Frente Nacional Destacada, o Regimento de Cavalaria 3,no âmbito da “Operation Inherent Resolve”  decorreu na manhã do dia 25 de maio, em Estremoz.

Em outubro do ano transato o Regimento de Cavalaria 3 (RC3), em Estremoz, enviou 30 militares para uma missão no Iraque, entre eles encontravam-se 11 oficias, 16 sargentos e 3 praças. Depois de seis meses, os militares regressaram a Portugal e entregaram o Estandarte Nacional que os acompanhou no exercício.

A Rádio Campanário acompanhou a cerimónia militar e falou com o Comandante das Forças Terrestres, Tenente-General, António Xavier Lobato de Faria Menezes sobre a missão relembrando que ”o Regimento de Cavalaria 3 de Estremoz percebeu este desafio de formar um contigente para dar formação ao exército iraquiano, que está neste momento em combate com as forças do DAESH, é uma missão muito delicada mas no fundo estes militares tem grande experiência de instrução porque o RC3 também dá instrução cá”. Acrescentando que, “o que se dá lá, e cá, não é muito diferente, a questão é só haver um sentido português que o RC3 pôs na missão e os portugueses põem sempre, que passa pelo respeito, pela cultura, o respeito pela liderança iraquiana que lhes permite, que após um período de treino, os instrutores portugueses saiam de cena e os líderes iraquianos sejam efetivamente os comandantes”.

O Tenente – General revelou que teve a oportunidade de estar com todos os oficiais e generais que comandam de facto a operação no terreno (…) o coronel espanhol transmitiu-me que dada a grande oportunidade de ser um regimento que também tem laços fronteiriços da raia alentejana entre Badajoz e Estremoz essa dinâmica também se refletiu no campo e formação”. No que se referiu ao Comandante americano “disse-me que a tropa que foi formada pelos portugueses tem esse know-how que é “a liderança na verdade é eficaz” e, portanto, “há resultados bons de combate”.

O Coronel Nuno Duarte, comandante do Regimento de Cavalaria 3, fez um balanço muito positivo desta missão afirmando que “a responsabilidade do RC3 foi apenas de aprontar e depois preparar a pojeção e a partir daí, os louvores têm que ser para os nossos militares que são militares portugueses, é o povo português que estava ali representado e cumpriram de forma excecional a missão”.

Defendendo que “o soldado português é um soldado muito dado, muito voluntarioso, muito leal e cumpre a missão sempre com elevado sentido do dever”.

No que concerne a existência de perdas de algum elemento, esclareceu que “saíram 30 militares do Regimento de Cavalaria 3 e regressaram 30 militares que estiveram presentes na cerimónia de hoje com a entrega do Estandarte Nacional.“

Relativamente aos riscos inerentes a esta missão, o Coronel Nuno Duarte, admitiu que “a gestão de risco estava calculada , era um risco residual, de qualquer das formas neste tipo de operações há sempre algum risco, mas felizmente as coisas correram francamente bem”.

Instado a comentar a forma como está a ser preparada a reintegração dos 30 militares que participaram na operação do Iraque, o Coronel Nuno Duarte assegurou que “é uma integração sempre difícil porque estavam habituados a uma vida com algumas restrições a nível do espaço e da própria segurança”. Mas ”o reencontro com as familías ajuda a que o processo seja mais fácil, naturalmente agora vão ter um período de férias alongado e rapidamente irão voltar à normalidade”.

O Major de Cavalaria Ferreira Lopes que comandou a missão do Iraque pronunciou-se sobre as adversidades encontradas no terreno, declarando que “as condições de vida eram longe de serem excelentes mas conseguimos-nos adaptar, a perigosidade do teatro provocadas pelos elementos do Estado Islâmico também é uma situação que deixa algum desconforto em todos os militares da coligação internacional, visto que estamos a falar na totalidade de um apoio indireto ou direto de 60 países, acaba por ser uma zona fácil de trabalhar mas felizmente cumprimos o nosso trabalho da melhor forma”.

Realçando que sente que “fomos preparados, como é lógico há sempre um detalhe ou outro que nós quando chegamos ao teatro de operações, temos que nos adaptar e alguns aspetos que não estavamos a contar, mas nada de muito complicado de se ultrapassar”.

De acordo com o Major de Cavalaria “pelos 30 elementos do contigente português foram treinados cerca de 620 militares iraquianos”.

Segundo Ferreira Lopes esta cerimónia militar “constitui um marco histórico, não só para nós, 2ª Força Nacional Destacada para o Iraque, mas também para o RC3 porque é a primeira força a ser mobilizada para um teatro depois de 40 anos e depois de sair deste Regimento 42 mil homens para o Ultramar, será um ato que será relembrado por muita gente”.

A esta Estação Emissora o vice-presidente do Município de Estremoz, Francisco Ramos, sublinhou que o regresso destes militares “é um sentimento de dever cumprido, uma vez que a Câmara Municipal sempre pugnou para que isso pudesse acontecer, pensamos que o RC3 é de facto uma grande mais valia que existe no concelho mas também uma mais valia para o país”.

Francisco Ramos expressou ainda que “por aquilo que percebemos hoje pela intervenção do Tenente –General, está cimentado o Regimento e a missão que ele tem designadamente ao nível da formação e isso deixa-nos alguma tranquilidade da sua manutenção em Estremoz”.

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