A Associação Humanitária de Bombeiros de Sousel comemorou no passado sábado, dia 4 de junho, o seu 36º aniversário.
Uma data assinalada com o hastear da bandeira do quartel, seguida de receção às entidades oficiais e início das cerimónias.
Pelas 11h15, decorreu um desfile, tendo sido colocada uma coroa de flores junto ao monumento do Bombeiro em honra dos Bombeiros e dirigentes falecidos. Às 12h15 atuou a Banda Filarmónica em parada.
A Rádio Campanário acompanhou o momento e falou com o Presidente da Direção da Associação Humanitária de Bombeiros de Sousel, Armando Varela, salientando que “nós temos que assumir funções para que somos eleitos e neste caso, eu fui eleito Presidente da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Sousel há mais de oito anos, para assumir por inteiro a defesa desta corporação e a defesa do concelho de Sousel naquilo que é a prática diária dos Bombeiros Voluntários de Sousel. Julgo que esse é um dever enquanto Presidente da Associação Humanitária, esse é o meu dever enquanto Presidente da Câmara, assim como é esse dever de todos os órgãos sociais e de todas as autarquias do distrito de Portalegre e do país. E nesta matéria não estamos sozinhos, precisamos de ter permanentemente a cooperação das entidades do topo, seja ao nível da Liga dos Bombeiros Portugueses, seja ao nível da Autoridade Nacional de Proteção Civil, seja ao nível do Governo e do Ministério correspondente. Nesta matéria temos que ser coerentes entre aquilo que discursamos e aquilo que fazemos, e nesta medida, julgo que nós nunca nos devemos dar por satisfeitos com aquilo que alcançamos, mas devemos estar permanentemente insatisfeitos e não acomodados, procurando algo mais que se traduza em mais e melhores condições para continuar a salvar vidas e a salvar bens”.
Armando Varela acrescenta que este quartel “já tem alguns anos, foi feito num tempo em que não havia bombeiras, só havia bombeiros, em que na altura a nossa atividade principal era sobretudo apagar fogos. Hoje em dia, passados 36 anos, tem uma dinâmica diferente, fazemos muito mais do que apagar fogos, salvamos as vidas que muitas vezes as entidades com responsabilidade o deveriam fazer, trabalhamos sistematicamente abaixo do preço de custo, neste momento o transporte de utentes e doentes em Portugal está a ser financiado pelo voluntarismo de 4º mil homens e 40 mil mulheres e acho que neste país, se há dinheiro para tanta coisa, certamente que também tem que haver dinheiro para pagar condignamente a quem dá o seu melhor em regime de voluntariado a salvar vidas e a salvar bens”.
Em declarações a esta Estação Emissora, o Comandante dos Bombeiros Voluntários de Sousel, José Fernandes, destacou que esta “é uma corporação nova mas felizmente temos conseguido levar a bom porto com grande luta, sacrifício e os últimos anos têm sido muito difíceis devido a tantos cortes, mas estamos a lutar para dar o nosso melhor pela nossa população que é aquilo que nos move”.
Questionado, refere que não se pode dizer que se está bem, “porque estamos sempre a precisar de mais e queremos sempre mais, mas posso dizer que estamos muito bem a nível de equipamento, temos viaturas, estamos bem equipados, temos alguma coisa a melhorar mas a nível de equipamento pessoal também estamos bem (…) e está tudo pronto para a nova época eu aí vem”.
Instado sobre a maior dificuldade com que a corporação se depara, diz que “é a nível do voluntariado, independentemente de termos um quadro à volta de 60 elementos, estamos com grande dificuldade em recrutar novos elementos e é isso que a gente precisa para renovarmos o pessoal”.