Foi apresentado ontem no Paço Ducal de Vila Viçosa o vinho Barca Velha de 2015, um momento raro e especial. Este vinho icónico, conduzido pelo enólogo Luís Sottomayor
, desperta sempre grande expectativa e orgulho entre os apreciadores. Como destacou o enólogo, “quando aparece um Barca Velha, há sempre aquela emoção. Chegou um Barca Velha”.
O local escolhido para a apresentação não foi por acaso; o Paço Ducal de Vila Viçosa acolheu a revelação da mais recente edição do mais icónico vinho português. O novo Barca Velha da colheita de 2015 é a mais recente edição deste vinho desejado, caro e raro, que em mais de 70 anos apenas viu a luz do dia 21 vezes.
Luís Sottomayordescreveu o novo Barca Velha: “É um vinho cheio de estrutura, com taninos firmes e bem presentes, mas ao mesmo tempo possui uma elegância extraordinária e uma harmonia assinalável”. A história do Barca Velha é longa e rica, sendo criado por Fernando Nicolau de Almeida nos anos 50 do século passado. “Este é um vinho criado, pensado e arrancado às pedras do Douro. Tentar replicar o Barca Velha fora deste cenário será missão impossível”, afirmou Souto Maior, sublinhando a singularidade do Douro e das suas castas.
O Douro é o berço de um vinho que quer sobreviver ao tempo, e agora, no século XXI, o grande desafio da marca é posicionar-se ao lado dos grandes vinhos do mundo. “O Brasil é um exemplo de mercado de referência para o Barca Velha. Mas hoje em dia, mercados como o Reino Unido e os Estados Unidos são também muito importantes”, explicou o enólogo.
Fernando Guedes, presidente do maior grupo vínico em Portugal e guardião desta marca, revelou que da edição de 2015 foram produzidas 16.500 garrafas, que serão vendidas a mais de 800 euros cada. “A procura excede largamente a oferta, e, portanto, o mercado fará o preço e o cliente pagará aquilo que entender pelo Barca Velha”.
Quando questionado se este vinho vale o preço pedido respondeu: “Não sabemos o que pedem por ele. Quando estamos a fazer vinho, não nos preocupa minimamente o preço que o vinho poderá atingir. É a felicidade de ser enólogo e não ter que vender o vinho. Mas penso que sim, porque a procura que este vinho tem rapidamente justifica o preço que atinge no mercado”.
Com a apresentação da edição de 2015, o Barca Velha continua a sua história imparável, enquanto a próxima colheita já está no forno, aguardando a luz do dia, mas apenas os deuses sabem quando será revelada.