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Quinta-feira, Setembro 19, 2024

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Universidade de Évora vai controlar populações de tartarugas exóticas invasoras nos parques do sul do País

Uma equipa de investigadores da Universidade de Évora, liderada por Filipe Banha do MARE – Centro de Ciências do Mar e do Ambiente, a trabalhar a partir do Departamento de Paisagem, Ambiente e Ordenamento da Universidade de Évora, vai iniciar trabalhos de remoção da natureza de indivíduos de tartarugas exóticas invasoras em parques naturais na região sul do País, nomeadamente no Parque Natural da Ria Formosa, Parque Natural da Serra de S. Mamede, Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina e Parque Natural do Vale do Guadiana.

Em nota enviada à nossa redação, a Universidade de Évora adianta que este projeto financiado pelo Fundo Ambiental no âmbito do “Aviso nº 11545/2023 – Projetos de erradicação e controlo de espécies invasoras prioritárias” também tem um relevante cariz preventivo, através da realização de ações de sensibilização junto de escolas, e de outros grupo-de-interesse de modo a prevenir a libertação de tartarugas exóticas invasoras na natureza pelos seus proprietários.

As tartarugas exóticas invasoras são comercializadas como animais de companhia, no entanto, em muitas ocasiões, os seus donos libertam-nas na natureza alertam os investigadores. Estas tartarugas, explicam, são um grave problema ambiental pois ameaçam as tartarugas nativas devido à competição por espaço e alimento e à transmissão de doenças. As tartarugas exóticas invasoras afetam também outros animais devido à predação, como anfíbios e peixes, podendo também afetar aves, principalmente devido à perturbação dos locais de nidificação.

A equipa de investigadores alerta ainda que a nível europeu e nacional, têm sido implementadas medidas legislativas no sentido da proibição da comercialização destas espécies, no entanto, as espécies proibidas têm vindo a ser substituídas por outras espécies exóticas que podem ser um problema ainda maior. Neste sentido, acrescenta a mesma nota, esta equipa publicou um estudo onde se analisou a ineficiência da legislação atual aplicada ao comércio de tartarugas aquáticas e onde se descreveram os primeiros registos de tartaruga-chinesa-de-pescoço-listado (Mauremys sinensis) que, para além dos impactos descritos anteriormente, pode hibridizar com a espécie nativa cágado-mediterrâneo (Mauremys leprosa).

Este estudo revela a presença desta espécie em pelo menos 10 diferentes concelhos em Portugal continental, evidenciando o quão grave é este problema.

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