A produção de vinho na região do Alentejo deverá sofrer uma quebra significativa este ano, com uma redução estimada em 10% em relação à campanha anterior, segundo previsões da Comissão Vitivinícola Regional Alentejana (CVRA). Esta queda é atribuída, principalmente, às condições meteorológicas adversas, como temperaturas elevadas e precipitação irregular, que favoreceram a proliferação de doenças como o míldio, além de causarem danos diretos às vinhas, incluindo escaldões e desidratação dos cachos.
Apesar desta redução, a produção de vinho no Alentejo deverá alcançar cerca de 110 milhões de litros, um valor que ainda se mantém dentro da média dos últimos cinco anos. Francisco Mateus, presidente da CVRA, sublinha que, até ao final de agosto, cerca de 60% dos produtores da região já haviam iniciado a vindima, concentrando-se principalmente nas castas brancas e em algumas castas tintas destinadas à produção de rosés. Nas próximas semanas, a colheita das castas tintas, que representam 79% da produção da região, será intensificada.
A situação no Alentejo reflete os desafios enfrentados por viticultores locais, que têm de lidar com os impactos do clima e das doenças na produção, mantendo, no entanto, a expectativa de uma qualidade elevada nos vinhos produzidos, apesar da menor quantidade.
