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Presidente da UMP “O Património das Misericórdias no Alentejo é notável e por isso factor de atratividade” diz Dr. Manuel de Lemos

Évora, 27 de setembro de 2024– A cidade de Évora recebeu esta sexta-feira, na Igreja da Misericórdia , a 13ª edição do “Dia do Património das Misericórdias”, promovido pelas União das Misericórdias Portuguesas., em parceria com a Santa Casa da Misericórdia de Évora.

A iniciativa , que já se realiza há treze anos, pretende valorizar a importância do património destas Instituições na sociedade portuguesa e na história de Portugal, sensibilizando para a importância da sua preservação.

A sessão de abertura da iniciativa foi presidida pela Secretária de Estado da Cultua, Maria de Lurdes Craveiro, contando ainda com a presença do Provedor da Santa Casa da Misericórdia de Évora, Francisco Lopes Figueira, do Secretário Nacional da União das Misericórdias Portuguesas, Nuno Reis e o Padre Mário Vieira, em representação do Arcebispo de Évora, D. Francisco Senra Coelho.

Manuel de Lemos, Presidente da União das Misericórdias Portuguesas, abriu os trabalhos na parte da tarde com a sua intervenção . Em entrevista à Rádio Campanário, o responsável pela UMP começou destacou “o papel muito marcado das Misericórdias, nomeadamente após o 25 de abril, essencialmente na área social.”

Quinze anos depois de ter tomado posse pela primeira vez, o responsável pela UMP considera que continuam a existir três “pilares fundamentais para as Misericórdias: o social, a área da saúde e a salvaguarda do património.” É com base no cumprimento destes três objetivos que a União tem desenvolvido o seu trabalho .”

A salvaguarda e preservação do Património continua a ser uma prioridade para a UMP , desde logo “em respeito pelos que nos antecederam mas também pelo impacto que isso tem junto das comunidades”, frisou o Presidente Manuel de Lemos.

No que diz respeito ao Património das Misericórdias no Alentejo, considera-o ” absolutamente notável” destacando a sua relevância, entre outras, essencialmente na área do turismo. Em seu entender, o Património cultural das Misericórdias , com séculos de existência é “um factor de atratividade e uma alavanca para a economia local.”

Com um espólio superior a mil imóveis, a União das Misericórdias Portuguesas entende ainda que “o seu Património, edificado e não edificado, pode ajudar a minimizar alguns dos problemas estruturais do País, nomeadamente ao nível da habitação.” Sobre esta matéria, Manuel de Lemos evidencia que “esse é o caminho que tem estado a ser seguido pela UMP , nomeadamente ao nível da sua salvaguarda com a instalação de respostas sociais e noutros casos estamos a potenciar outros edifícios, canalizando-o para este setor “, uma missão que está a desenvolver em parceria com o Governo , adiantando que brevemente haverá novidades sobre esta questão.

Questionado pela Rádio Campanário se as políticas públicas existentes e implementadas são suficientes para ajudar as Misericórdias Portuguesas a assegurarem a preservação deste património com séculos de história, Manuel de Lemos sublinha que “as opções existentes são claramente insuficientes.” Lamenta que os dinheiros públicos “sejam muito orientados para a salvaguarda do património público” deixando críticas ao facto de , por exemplo, no PRR- Plano de recuperação e Resiliência não existirem verbas às quais as Misericórdias possam aceder enquanto entidades elegíveis.

Enaltece a existência do Fundo Rainha Leonor que ao longo dos anos têm sido determinante na preservação do património destas instituições e conclui reiterando que “é necessário alterar este olhar do Ministério da Cultura que é acima de tudo, um olhar muito público “ .

As Misericórdias Portuguesas têm atualmente mais de 1.000 imóveis de interesse arquitetónico, um total de 82 museus e núcleos museológicos e mais de 40.000 peças que integram o inventário do património móvel. A sua importância no território nacional , que vai hoje muito além da vertente social, faz com que estas Instituições sejam parte integrante da História do nosso País.

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