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“Perder o raio do cabelo foi o mais difícil”: Dulce Penas, a Guerreira que não se deixou vencer pelo Cancro

Outubro pinta-se de rosa num momento de sensibilização para a importância da prevenção e do diagnóstico precoce na luta contra o cancro da Mama.

Por entre as 1200 pessoas que percorreram a cidade de Évora no passado domingo em prol desta causa solidária encontrámos Dulce Penas, uma mulher a quem o diagnóstico de um cancro nos ovários, há três anos atrás, não roubou a vontade de viver.

Com uma coragem muito pouco usual em quem enfrenta esta doença, aceitou dar-nos o seu testemunho e contar a sua história. No momento em que recebeu a notícia da doença sentiu que “estava a ser apanhada por um verdadeiro tsunami” , um momento que ainda hoje recorda pela sua falta de capacidade em reagir ao que lhe estava a ser dito.

Após o primeiro impato, refere “aceitei e acabei por não ficar revoltada” o que se revelou determinante na luta que viria a travar depois, onde amigos e família tiveram um papel determinante. A partir daquele momento, lutar contra o cancro passou a ser uma “luta de todos”.

A experiência, menos positiva, deu-lhe “mais amor próprio e sobretudo instinto de sobrevivência.” No entrevista que nos concedeu realçou a importância do papel da Liga Portuguesa contra o Cancro junto dos doentes oncológicos.

Hoje, como nos conta com um enorme brilho nos olhos e com a voz demasiado embargada, Dulce Penas comemora “fiz recentemente a minha última quimioterapia.” Apesar de este ser um processo doloroso, não foi o pior de tudo.

Sublinha que o pior e mais chocante de tudo foi mesmo “perder o raio do cabelo” acrescentando “por mais que digam que não relevância, não é verdade, é mesmo o mais impactante porque é a nossa autoestima que se perde totalmente.” Numa primeira fase ainda usou cabeleira mas depois deixou de fazer e acabou por aceitar as mudanças que lhe estavam a acontecer.

Mesmo com uma das doenças mais mortíferas de sempre, Dulce Penas nunca perdeu a vontade de viver. Assegura mesmo que “passou a fazê-lo ainda com mais vontade”. Este cancro “fez-me pensar mais em mim, revelei-me e hoje sinto-me uma fénix.”

Uma história de resiliência e determinação de uma mulher que se recusou a baixar os braços perante uma luta que lhe foi imposta mas onde em momento nenhum ponderou deixar-se vencer. Que possa servir de exemplo e de incentivo para quem achar que perante um diagnóstico desta ou de qualquer outra doença não vale a pena lutar pelo dom da vida.

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