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Entre dois amores e um maravilhoso coração. Calou-se a voz, mas ficam as músicas eternas

Portugal despede-se hoje de Marco Paulo. O mesmo João Simão da Silva que em 1945 nasceu em Mourão, onde viveu até aos cinco anos, quando a família se mudou de malas e bagagens para a zona de Lisboa. Durante dois dias foram milhares as pessoas que passaram pela Basílica da Estrela para o último adeus ao artista. As exéquias fúnebres realizam-se este sábado, a partir das 14.30 horas. O cortejo fúnebre segue para o cemitério dos Prazeres, em Lisboa.


A sua terra prestou-lhe homenagem esta sexta-feira. Mourão decretou luto municipal, com bandeira a meia haste, enquanto o parlamento aprovou, por unanimidade, um voto de pesar apresentado pelo presidente da Assembleia da República. Marco Paulo, que partiu aos 79 anos, na quinta-feira, foi elogiado como “ícone da música portuguesa”.

Neste voto, a Assembleia da República endereçou também “sentidas condolências aos familiares, amigos e admiradores do cantor e reconhece com gratidão os feitos da sua vida”.

No voto assinado por José Pedro Aguiar-Branco, refere-se que Marco Paulo “viveu uma carreira artística longa e frutuosa, com mais de cinco décadas e 70 álbuns lançados”. Salienta-se, depois, que se estabeleceu “como um dos nomes cimeiros do cançonetismo português”.

“O talento de Marco Paulo marcou sucessivas gerações, acrescentando contributos inovadores ao acervo da música popular do nosso país. Alcançou, pelas suas qualidades humanas e profissionais, um lugar de honra entre a população portuguesa, que sempre reconheceu o seu maravilhoso coração”, realça-se no texto.

No voto aprovado pelo parlamento recorda-se também que o cantor, a 2 de maio de 2022, foi agraciado com o grau de comendador da Ordem do Infante D. Henrique, num gesto que assinalava os seus 50 anos de carreira.

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