A Febre Catarral Ovina, também conhecida como o vírus da língua azul, está a dizimar rebanhos e a causar enormes e graves prejuízos aos produtores pecuários do Alentejo.
Beja e Évora são até ao momento os distritos mais afectados com mais 170 explorações afetadas a que se juntam mais 20 casos no distrito de Portalegre.
A doença, viral, infeciosa não contagiosa, não transmissível aos humanos, afeta essencialmente ovinos, embora também possa causar problemas aos bovinos e aos caprinos. Esta é uma doença transmitida por insetos.
António Pinguicha, produtor pecuário no concelho de Vila Viçosa, viu a sua pequena exploração ser afetada de um dia para o outro. Já lhe morreram 28 ovelhas, fruto desta doença, e os prejuízos até ao momento são bastante elevados.
Para além das quase três dezenas de ovelhas mortas, as que estavam prenhas acabaram por sofrer abortos, à volta de sessenta. Hoje, António Pinguicha podia ter um rebanho com cerca de 150 ou 160 borregos, mas tem apenas 22.
Inconformado, o produtor diz que pouco ou nada há a fazer a não ser administrar aos animais a medicação aplicada nestes casos. Sem conseguir adiantar o valor total de prejuízos até ao momento, António Pinguicha sabe que, até ao momento, só em medicamentos já gastou mais de 300 euros.
O produtor lamenta ainda que até ao momento nenhuma entidade oficial o tenha contactado ou sequer visitado a sua exploração.
Para já, António Pinguicha aguarda apenas que o tempo passe e que a situação se resolva e que o vírus desapareça rapidamente.