Nem sempre a iguaria foi o que era durante décadas ou o que o paladar reconhece pelos dias de hoje. Antes de ser uma marca registada, houve um tempo em que a célebre empada de Arraiolos esteve em declínio. Até que há 15 anos começou a recuperar o seu estatuto como um dos expoentes máximos da gastronomia local.
Luís Chinelo, provedor da Santa Casa da Misericórdia de Arraiolos, conta-nos a “história”, depois de ter integrado um grupo de defensores da empada que lograram retomar a antiga receita. “Eu notei que a empada típica estava em declínio. As pessoas antigas, que faziam a verdadeira empada, iam desaparecendo e isso fez com que começassem a surgir empadas diferentes que não eram as nossas”, relembra.
Os mais antigos produtores das genuínas empadas de Arraiolos foram chamados a participar com o “saber fazer”, assegurando que a receita seria levada ao mais ínfimo detalhe. Desde o recheio com galinha de campo, à conjugação de várias ervas aromáticas, onde não pode faltar a manjerona. Difícil de produzir e que, por vezes, escasseia.
“A verdade é que a empada hoje tem uma projeção muito maior e até em Lisboa tem uma apresentação bastante interessante”, enfatiza Luís Chinelo, para quem o molho continua a ser uma das mais-valias desta iguaria, traduzido num produto tradicional da vila alentejana.
Foram encontrados recortes de jornais do início do século XX com publicidade a casas que vendiam empada de Arraiolos