A recomendação foi dada em tom irónico por João Batista, médico no Centro de Saúde de Vila Viçosa, no Dia Mundial da Diabetes, durante um evento promovido pelo Conselho Local de Ação Social, que integra o Município, Centro de Saúde e IPSS.
“A população deve fugir ao excesso de gordura e açúcares. No Alentejo é sempre muito difícil por causa da boa comida que aqui temos”, reconheceu o clínico na sequência da conferência, onde se procurou obter “pistas” para enfrentar uma doença que afeta cerca de um milhão de portugueses.
Continuemos a escutar o médico, ele próprio diagnosticado com diabetes desde os 12 anos. Insiste que as pessoas se “mexam”, que façam desporto, que caminhem. “Se não conseguirem fazer esse tipo de exercícios que puxam pelas articulações, então façam hidroginástica”.
Mas se também não conseguirem, então façam qualquer tipo de movimento, adoptando uma atitude o menos sedentária possível, aconselha ainda o clínico.
Já quanto aos números que apontam para 900 mil diagnósticos de diabetes em Portugal, João Batista reconhece que a percentagem no país é muito elevada. “O nosso trabalho é alertar e estarmos atentos para situações de diabetes não diagnosticadas”, enfatiza, colocando ainda em foco a “atitude preventiva” para evitar as complicações mais acentuadas.
O presidente da Câmara de Vila Viçosa, Inácio Esperança, participou na sessão que teve na plateia vários jovens, tendo um deles questionado o autarca sobre como se pode ajudar algum colega com diabetes. O edil, professor de profissão recordou como nem sempre os jovens facilitam a integração de colegas que apresentam alguma diferença, tendo aconselhado a que procedam da forma mais natural possível.
“É aceitar como são. Não discriminar, nem negativa nem positivamente”, disse Inácio Esperança, relembrando que a diabetes “não é uma doença incapacitante”. Pelo contrário: “permite fazer a vida normal”, concluiu.