A SEL Salsicharia Estremocense , empresa de referência no Alentejo, assinalou os 40 anos no início deste mês de novembro, em Estremoz, com o lançamento do livro SEL- 40 anos. A iniciativa surge para que fique uma marca na história da empresa pois “as pessoas saem mas a obra vai ficando.”
A obra literária conta a história do fundador , Francisco Arvana, o responsável por uma empresa familiar que consolidou o nome em todo o mercado nacional e internacional e se tornou das empresas mais prestigiadas. A SEL atingiu a maturidade no mercado nacional, sendo líder na charcutaria dos Enchidos Tradicionais Alentejanos de Porco Preto de Campo.
Com o seu fundador reformado, Mário e Sofia Arvanas, assumem agora um papel de destaque na empresa seguindo os passos do líder que apesar de ter saído da empresa não permitiu que a empresa saísse dele.
Numa grande entrevista realizada nas instalações da SEL, a Rádio Campanário falou com Mário Arvanas sobre o percurso da empresa feito até aqui, os projetos para o futuro, o peso da responsabilidade de dar seguimento aos valores a que a empresa já nos habituou, sobretudo a qualidade.
Mário está na empresa há apenas onze anos mas reconhece “o trabalho, muitas vezes com sacrifício, por parte dos pais para que a empresa chegasse até onde chegou, um caminho de sucesso.”
Na última década a Empresa mudou. Desde logo “pela entrada e saída de trabalhadores, o que, sendo a empresa um ser vivo, tem que estar sempre em mutação.” Acredita que o grande desafio para o futuro será “gerir pessoas e sobretudo encontrar pessoas no Alentejo.”
À semelhança de outras áreas, também a empresa estremocense tem dificuldades de mão de obra . “ Muitas vezes para conseguir mão de obra técnica temos que recorrer a empresas de prestações de serviço” adiantou o Jovem Empresário que reconhece que o setor onde estão inseridos não “é muito atrativo”.
Atualmente com cerca de 140 trabalhadores , Mário Arvanas olha para o futuro com esperança mas consciente dos desafios que a empresa tem pela frente, nomeadamente as alterações nos hábitos alimentares exemplificando que um enchido tradicional hoje , continua a ser tradicional para as pessoas que têm uma certa idade mas para outras deixa de o ser, exigindo que se aposte na inovação mas sem perder os sabores e a essência.”
Mário e Sofia, desde sempre ligados à empresa, assumiram a sua gestão com muita responsabilidade, uma responsabilidade que lhe foi incutida desde que começou a ter maturidade para tal. Questionado pela Rádio Campanário se trabalhar em família é mais difícil, o empresário destaca “o lado bom é que por ser uma empresa familiar tudo se resolve e o menos bom é que o trabalho está sempre presente, até nos almoços e jantares familiares”.
Mário Arvanas salienta que para o fundador da Empresa não é muito de expressar de sentimentos mas,de forma surpreendente, no livro agora lançado, o “pai” da empresa reconheceu o orgulho que tem nos filhos e na forma como o negócio tem sido gerido.
40 anos da SEL…está tudo feito? Mário Arvanas é peremptório em dizer “não, é apenas o começo” explicando que, atualmente, a empresa está pensada a dez anos. Para o futuro estão já definidos dois projetos: a ampliação da sala de desmancha que irá ser modernizada, representando um investimento de cerca de 2M€ , e a cura de presuntos junto à empresa, um investimento de 4,5M€.
“Trabalhamos diáriamente para que a SEL seja embaixadora do Alentejo e de Estremoz. No dia em que achar de deixamos de o ser é porque não estou a fazer um bom trabalho” evidenciou Mário Arvanas.
A Salsicharia Estremocense nasceu em 1980 pelas mãos de um jovem irreverente , Já com a segunda geração na administração da empresa, a empresa modernizou-se, evolui mas não perdeu a sua identidade e valores que, por mais tempo que passe, se mantêm inalteráveis.
Uma empresa que mostra ao mundo que em Estremoz, a tradição familiar resultou num verdadeiro caso de sucesso.
Oiça aqui a entrevista na íntegra: