O Secretariado Regional de Évora da União das Misericórdias Portuguesas reuniu esta sexta-feira, nas instalações da Santa Casa da Misericórdia de Vila Viçosa.
A ordem de trabalhos abordou os temas da saúde e social, áreas onde as Misericórdias desempenham um papel de extrema relevância para a comunidade. Foi ainda abordada a questão da Integração do custo médio no estudo sobre especificidades da atividade das Misericórdias no Alentejo com o objetivo de comprovar necessidades diferenciadas.
Manuel Caldas de Almeida, Presidente do Secretariado e Provedor da Misericórdia de Mora, presidiu aos trabalhos, numa reunião que contou com a presença das Santas Casas das Misericórdias do Distrito de Évora e do Vice-Presidente da União das Misericórdias Portuguesas, Carlos Andrade.
Em declarações à Rádio Campanário, o Presidente do Secretariado falou sobre a importância de ouvir o que todas as Misericórdias do Distrito têm a dizer e sobre os desafios que o sector social enfrenta nos dias de hoje . Manuel Caldas de Almeida começou por explicar que “é importante fazer estas reuniões regularmente, para no Conselho Nacional podermos orientar o secretariado na sua missão.”
O Presidente reconhece que os desafios que o setor social enfrenta nos dias de hoje são “muito grandes” salientando em primeiro lugar “o problema da sustentabilidade, o conseguir cumprir a missão, porque sustentabilidade não significa só sobreviver . Tem que se ter capacidade financeira ”.
Caldas de Almeida evidencia ainda que “num mundo onde as carências sociais crescem cada vez mais, onde há cada vez mais pessoas idosas e com mais necessidades, e onde os recursos financeiros são cada vez mais curtos, o desafio da capacidade de eficiência é o maior de todos.”
O Responsável pelo Secretariado destaca ainda um outro problema grave, transversal a praticamente todas as Instituições, os recursos humanos e a falta de mão de obra e de competências especializadas. Refere que no setor “as pessoas entram e saem com muita velocidade .” Sobre esta temática considera que no futuro o desafio passa por “conseguir ter uma sustentabilidade que permita pagar mais ás pessoas , só dessa formase pode conseguir mão de obra diferenciada.”
O setor, que anualmente reclama comparticipações mais elevadas , viu já este ano ser aprovado pelo Governo um aumento extraordinário de 3,5% das comparticipações numa tentativa de corrigir desequilíbrios resultantes da inflação . A este propósito, o Presidente do Secretariado considera “este reforço foi importante, especialmente para algumas Misericórdias significou “o estar com o nariz fora de água.” Ainda assim, entende o responsável pelo Distrito de Évora que “não é isso que vai resolver os problemas por isso há que continuar a lutar para atingir o objetivo da comparticipação de 50% do custo dos utentes.”
Questionado pela Rádio Campanário se, em seu entender, as dificuldades das Instituições se agudizam mais em territórios do interior, Manuel Caldas de Almeida pensa que deve existir “uma discriminação positiva; dar realce às singularidades deste território” enfatizando que “o Estado e os Governos têm que ajudar mais as Misericórdias destas zonas.”
O Secretariado Regional de Évora da União das Misericórdias Portuguesas é coordenado por Miguel Raimundo e Manuel Frazão e tem como secretários Jorge Bento Rosa, provedor da Misericórdia de Vila Viçosa e Paula Ciríaco Rosado, provedora da Instituição de Montemor-o-Novo.