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Quarta-feira, Dezembro 4, 2024

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Santa Casa da Misericórdia de Arraiolos celebra 500 anos com a obra Operibus Misericordiae.

Realizou-se no passado sábado, dia 30 de Novembro, o concerto de celebração do 5º centenário da Santa Casa da Misericórdia de Arraiolos. Para o efeito, a Santa Casa da Misericórdia encomendou ao compositor João Nascimento, residente em Arraiolos há 23 anos, uma obra musical que aludisse ao evento e que tem por título: Celebração – de Operibus Misericordiae.

O concerto iniciou-se com a apresentação de cumprimentos e agradecimentos a cargo do Provedor Luís Chinelo, que aludiu ao domínio da ação prática dos Irmãos, na celebração da vida, na sua expressão mais extraordinária da condição humana: a dedicação ao outro. De seguida, a referida peça, foi explicada pela Professora Doutora Ana Telles, vice- reitora da Universidade de Évora, que se disponibilizou a comentar o concerto, organizada de acordo com a sequência dos painéis alusivos às obras e virtudes que decoram a igreja da Santa Casa da Misericórdia de Arraiolos. No uso dos textos em latim retirados do Antigo e Novo Testamento, a forma obedece à estrutura em 10 pequenos andamentos, alusivos às obras corporais e espirituais e depois um outro, que contempla as 4 virtudes: Fé, Esperança, Caridade e por último a Justiça (ou Fortaleza), revisto ainda na possibilidade de ser a mártire Santa Catarina. A separar estes dois blocos foi introduzido um canto alentejano, de Mértola, intitulado Nossa Senhora das Neves.

Tratou-se então, segundo referiu Ana Telles, de um convite à reflexão interior de cada um, pela viagem musical através dos painéis que decoram os panos murários da nave e transepto do templo. A sucessão das 14 peças musicais obedece à ordem dos painéis, percorrendo pela esquerda desde entrada da igreja até à parede fundeira da saída.
Os programas continham os textos religiosos em latim e simultaneamente a tradução para português, permitindo que se pudessem seguir os conteúdos cantados.

A obra foi executada pelo quinteto de cordas da Orquestra do Alentejo constituído por Luís Rufo no 1º violino, Susana Nogueira no 2º violino, Andreia Vaz na viola, Samuel Santos no violoncelo e Hugo Monteiro no contrabaixo.
A interpretação vocal coube à soprano arraiolense, Margarida Pequito, cujo desempenho foi intensamente aclamado por todos aqueles que enchiam por completo a igreja da Santa Casa, desta tão característica vila alentejana.
O concerto contou com a presença de diversas personalidades, nomeadamente a presidente de Câmara de Arraiolos, Sílvia Pinto, o Cónego Carlos Melo em representação do Arcebispo de Évora, D. Francisco José Senra Coelho, Nuno Alas, Diretor da Segurança Social de Évora, membros das diversas Santas Casas de Misericórdia, o Professor Doutor Carlos Zorrinho, entre muitas outras individualidades locais e regionais.

Música erudita, escrita, executada e comentada por gente do Alentejo, numa manifestação de plena vitalidade e interação comunitária, que abre promissoras perspetivas para os tempos que se aproximam de uma Évora_27 Capital Europeia da Cultura.

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