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Na primeira sessão do julgamento, família nega ter escravizado homem durante 26 anos em Évora

A família de Évora acusada de escravizar um homem durante 26 anos negou esta quinta-feira, dia 20 de outubro, na primeira sessão do julgamento, as suspeitas que figuram sobre si.

Segundo o despacho de acusação, a vítima, que foi resgatada em 2013 pela GNR da quinta onde trabalhava para a família, fazia trabalhos agrícolas no monte onde também morava, nunca tendo recebido um tostão de salário.

No documento do Ministério Público, pode ler-se que “por diversas vezes manifestou desejo de abandonar a quinta, ao que os arguidos lhe respondiam sempre que iria ter problemas com a polícia, por ainda não estar legalizado", já que o homem terá chegado a Portugal vindo de Angola em 1975, e o marido e mulher, com dois filhos que, entretanto, se tornaram adultos, terão, alegadamente, apoderando-se dos documentos de identificação.

Além de escravidão, crime cuja moldura penal vai até aos 15 anos de cadeia, a família responde também por tráfico de pessoas e por detenção de armas proibidas, uma vez que durante o resgate lhe foram apreendidos uma caçadeira e um revólver para os quais não tinham licença.

O homem, que foi acolhido numa instituição, acabou por morrer de doença oncológica em Coimbra aos 65 anos. Ainda teve tempo para prestar declarações às autoridades para memória futura, que agora servirão de prova em tribunal.

Pai, mãe e dois filhos estão acusados pelo Ministério Público da prática dos crimes de escravidão e de tráfico de pessoas, existindo um pedido de indemnização cível no valor de 30.468 euros.

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