Presidente da direção da ATAM Associação dos Trabalhadores da Administração Local, Francisco Correia, à margem do XXXVI Colóquio Nacional da Associação dos Trabalhadores da Administração Local (ATAM), no Centro de Negócios Transfronteiriço de Elvas, falou aos nossos microfones da Rádio Campanário sobre o papel da associação e as directrizes para o futuro.
Francisco Correia considera “impensável” que Portugal quisesse apostar numa economia de crescimento sem recorrer a “fundos comunitários” salientando a escassez dos recursos nacionais, dessa forma “só com a ajuda” que nos chega da Europa se poderá seguir em frente. Não colocando de parte a necessidade de alteração de estatutos para que assim se concretizes, quer ao nível dos concursos, quer à participação com a Europa no que toca à difusão dos “projetos.”
Focando a acção dos dirigentes, Francisco Correia, salientou a importância dos mesmos e a necessidade de “captar alguns fundos” para a formação. “Nós não nos devemos confundir com a comissão politica, somos dirigentes locais, estamos na comissão técnica administrativa, estamos conscientes da nossa função” que passa pela execução e para que as directrizes possam ser executadas correctamente, é necessário” conhecer as leis e conhecer os fundos comunitários.”
O orçamento para 2017 contempla uma medida que abrange os técnicos da administração local, conferindo-lhes um maior poder de decisão e Francisco Correia considera que a medida, não passa por “um maior poder de decisão,” é sim “uma maior responsabilização.” Podendo assim ser a ponte de informação entre o técnico e o eleito. Dando como exemplo, a condenação que por vezes acontece, em que o eleito “é condenado porque a lei não foi cumprida.” Nestes casos no seu entender o que faltou foi a coordenação entre técnico e eleito. Sendo que o técnico deve ser “conhecedor das leis.” Sublinhando a importância da fundamentação e do conhecimento de modo a que, não existam “problemas.” Vendo com bons olhos a alteração prevista. Ainda assim, sublinhando, “nós não podemos meter no mesmo saco, uma responsabilização politica e a responsabilização técnica.” Cabendo ao Poder judicial a distinção entre execução e informação.
Como dirigente da ATAM Francisco Correia em relação ao crescimento recentemente anunciado pela Comissão Europeia, de 1.6 do PIB nacional, considera que “já pagamos um pouco essa factura” mesmo com os recentes aumentos “perdemos poder de compra.” Gostaria que “pudéssemos ultrapassar todos os problemas” considerando que até agora não existiu “uma compensação para o esforço” exigido aos funcionários da administração pública. Sendo a esperança que daqui por “dois ou três anos,” estejam criadas as condições para essa mesma, compensação. Sublinhando que os funcionários compreendem “a situação do país.”
Francisco Correia como “dirigente municipal” tem “lutado com uma desmotivação muito grande.” Fez ainda, uma homenagem aos trabalhadores da administração local, pelo seu “contributo e desempenho” dentro da adversidade em que o país esteve mergulhado nos últimos anos.