José Calixto, Presidente da Câmara Municipal de Reguengos de Monsaraz, falou à Rádio Campanário sobre os projetos ambicionados e levados a cabo, ao longo do seu período autárquico.
Refere que “os fatores estratégicos de desenvolvimento do concelho”, o orgulho pelo mesmo, assim como os projetos estruturantes, se mantêm inalteráveis.
Regista, contudo, “uma evolução de pensamento, às vezes até, condicionada por variáveis externas”.
Havendo a possibilidade de um desenvolvimento territorial, e faltando as condições adequadas, “o autarca só tinha que lutar por elas”, defende.
Houve uma altura em que foram incutidas necessidades turísticas, que não se vieram a registar, relacionadas com o projeto Alqueva. A atração turística expetada, previu a necessidade de melhorias ao nível da hotelaria e da mobilidade.
Atualmente, a perspetiva alterou-se, considerando-se prioridade a requalificação e atração de pessoas, para o centro da cidade.
Em Março do ano passado, foi realizado um investimento, no valor de 14 milhões de euros, na unidade hoteleira de São João de Barrocal.
“Este projeto está a um ritmo, em termos de ocupação, bastante elevado”, afirma, encontrando-se perto de passar a realizar vendas na área do turismo residencial, “que vai dar sustentabilidade àquele hotel”.
Neste sentido, e num futuro próximo, pretende-se a criação de uma unidade hoteleira com casas flutuantes, perto do Centro Náutico de Monsaraz.
No ano passado, Monsaraz obteve a única bandeira azul do interior do sul de Portugal, prevendo-se agora a criação de uma “estrutura fluvial de praia […] com a bandeira azul internacional, com a bandeira de praia acessível”.
A análise da qualidade da água foi feita através da Agência Portuguesa do Ambiente. Desta forma, abre um espaço “no Centro Náutico de Monsaraz, com uma praia devidamente legalizada”.
“Tenho muita expetativa no futuro do concelho de Reguengos”, declara, apesar de manifestar preocupação com a desertificação e com as limitações do interior, afirmando que, “para ter as mesmas coisas, temos que lutar muito mais”.
Apesar de alguns contratempos na sua execução, a melhoria nos acessos a Reguengos de Monsaraz registar-se-á num futuro breve.
A expansão do perímetro de rega do Alqueva, regista-se igualmente como um projeto “muito urgente, estamos com 5 mil hectares de vinha”, havendo já agricultores a recorrer a meios terrestres para transportar a água, explica. Este fator inflaciona os custos de produção.
O setor vitivinícola tem-se vindo a expandir, tendo sido aproveitada a oportunidade de promoção internacional, proporcionada pela Cidade Europeia do Vinho 2015.
Dos vários projetos aprovados no âmbito Alentejo 2020, de um total de 54 milhões de euros, foi realizada uma candidatura ao registo da Marca Capital dos Vinhos de Portugal. Tendo sido classificado pela entidade como o melhor projeto apresentado pelo concelho, a candidatura direciona recursos para a ativação a nível nacional e internacional, que se pretende que venha a ser verificada ao longo deste mandato ou até ao final do próximo.
“Sou um presidente feliz”, declara. José Calixto termina o seu mandato com vários projetos não concluídos, mas já aprovados, “menos saudável seria fazê-los à pressa antes das eleições”. No sentido do desenvolvimento urbano, prevê-se a requalificação de fogos de habitação, por exemplo, assim com das muralhas. Este último, com um investimento previsto de 1 milhão de euros, já se encontra aprovado.