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Sexta-feira, Novembro 22, 2024

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Videiras de Reguengos de Monsaraz em ensaios experimentais sobre resistência às mudanças climáticas

Portugal contém um parque de castas autóctones bastante diversificado em termos de quantidade e com elevada qualidade, que distingue os vinhos e garante sustentabilidade ao sector. A Associação Portuguesa para a Variedade da Videira (PORVID) está a desenvolver um trabalho inovador na seleção de genótipos de Aragonez, visando a resistência ao calor e à secura.

Em Reguengos de Monsaraz, está a ser realizado um ensaio de seleção de genótipos representativos da variedade, contendo um total de 255 clones representativos da diversidade em diferentes regiões de Portugal e Espanha.

Sendo uma casta que desenvolve folhas muito grandes, perde água facilmente, perdendo as folhas basais quando em stress severo, o que prejudica a acidez das uvas, e consequentemente a qualidade dos vinhos produzidos.

No ensaio de seleção de Aragonez instalado em Reguengos de Monsaraz, foi testado um método inovar de seleção para tolerância ao stress ambiental, com base em medições de temperatura das folhas. Esta fator surge como um indicador verosímil da reação da planta ao ambiente envolvente, havendo espécies mais tolerantes e com maior capacidade de controlar a perda de água.

Embora preliminares, os resultados obtidos até então, revelam a existência de variabilidade intravarietal na caraterística mencionada.

Em anos de maior stress, foi detetada uma diferença de temperatura foliar na ordem dos 4,5ºC, devido apenas a causas genéticas. Este fator significou em casos acompanhados, uma diminuição da capacidade produtiva da planta, e da qualidade das uvas.

Com vista à sua utilização futura, foram identificadas castas que, tolerando as alterações climatéricas, conseguem manter a qualidade típica da casta.

A casta Aragonez, oriunda de Espanha, é principalmente cultivada no Alentejo e no Douro.

A PORVID tem vindo a desenvolver estratégias para adaptação das plantações às alterações climáticas, visando evitar a alteração geográfica para maiores altitudes, e adaptação aos contextos vinícolas em que se inserem, estando as mesmas assentes na prospeção e conservação de grandes amostras de genótipos representativas da diversidade de cada casta, assim como na avaliação das referidas amostras.

A nível nacional, existem já mais de 30 mil genótipos de cerca de 200 castas em estado de conservação, encontrando-se construídas as bases para defender a diversidade intravarietal das nossas castas, e para as moldar.

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